Bullying
Pode ser o século XXI, mas há algo que nos prende aos nossos ancestrais. O instinto. A evolução humana que carrega a máxima expressão “quem não se adapta, ou migra ou morre”, ensinada na disciplina de biologia no ensino fundamental, mostra-nos o quanto o ser, agora, “humano” usaria essas reações instintivas mesmo tendo desenvolvido cultura, raciocínio, crenças...
A expressão de desafeto, raiva, inveja, imaturidade etc., levam crianças, adolescentes e adultos cometerem o bullying - forma de exclusão, assédio moral, agressão física – contra aquelas pessoas, supostamente, indesejadas.
A rejeição pelo outro pode ter no etnocentrismo um viés de explicação, uma vez que, a concepção de que a nossa condição – pessoal, intelectual, emocional, social, financeira - é a melhor, faz com que, em muitos casos, não consigamos lidar com o diferente, promovendo o preconceito, repulsa e demais discriminações. Outros fatores podem ser: a externalização do que o praticante do bullying sofre em sua casa ou em outros ambientes. Logo, ele reflete a violência sofrida. Ou algum distúrbio emocional agregado a uma fase violenta do praticante. Destarte, as causas que levam uma pessoa a praticar o bullying são importantes para o processo que busca uma solução para sanar ou amenizar o problema que tem se tornado cada dia maior.
O bullying, que por um ângulo, pode ser visto como algo cultural: uma vez praticado por décadas nas escolas e em demais ambientes; ou, como algo natural: já que requer a adaptação do individuo ao meio; tem sido, por outro ângulo, visto como uma forma de violência cada vez mais acentuada na sociedade, levando cenas de horrores como do massacre de Realengo.
No mais, a sociedade despertou há pouco tempo para a não normalidade do bullying, e essa situação é extremamente nova às nossas concepções solúveis.
Assim, o acompanhamento das pessoas que sofrem o bullying e que praticam é um dos métodos que podem auferir algum instrumento contra essas ações. A possibilidade de fazer as pessoas compreenderem a lógica da vida do outro também deve ser intrínseca nesse processo. No entanto, nem de perto imagino uma solução que possa resolver essa questão sem mudar todo o sistema social no qual estamos inseridos.