E se...
E se a antiga fé não fizer sentido...
Se fomos vítimas de seres inteligentes,
que na antiguidade, se valendo da ignorância
humana, criaram Deuses, implantaram o medo,
que depois se fez fé, e o é até nossos dias...
E se depois da vida, não houver a vida prometida,
e a alma seja apenas o romântico manifestar
desejoso de se viver após a morte...
Se realmente o túmulo seja a última morada...
E o fatalismo da extinção seja maquiado pelos
seres humanos, como uma parte da vida eterna, apenas
para ignorar o medo de saber o que nos espera ao final
da vida...
E se tudo for naturalmente orgânico, depender apenas
e tão somente de um emaranhado incompreensivel de
circuitos nervosos a comandar uma máquina falível com
prazo de validade...
Se a profunda dor, a saudade, o amor e até a fé cega,
sejam o resultado da movimentação frequente e pré-deter
minada de uma parte do ser humano que nada tenha de
divino e que não haja outro semelhante a nós no universo
senão a milhões de anos-luz, e essencialmente mortais,
vivente de uma e tão somente uma vida...
E se num balanço da vida, descartássemos a crença num
ser divino, relatassemos a outras gerações vindouras de
que somos finitos, apenas matéria e que o paraíso foi
uma maneira que antigos e inteligentes seres, usaram
para dominar a mente humana, e usar seu espaço em proveito
próprio, que ainda não sabemos qual seja...
E se tivessemos a quem perguntar porque a crença em um
ser superior, bondoso, tem que ser cega...
E se a milenar guerra entre religiões não seria o motivo
de se impor a crença cega para nunca perder o dominio
sobre uma massa, tornando mistério a verdade...
A própria existência humana é um segredo, e mesmo sendo
incompreensível, é material, e acredita-se porque a crença
cega so existe no âmbito da religiões, e eis aí um pouco
do mistério revelado...
Malgaxe