FERNANDA LAGES VERAS: Pais & Filhos S/A. Sócios Da Impunidade!

Li a conclusão do laudo da polícia civil assinado por seis peritos criminais que termina com a absurda e seguinte dedução:

"...Não podendo entretanto os analistas, informar, por falta de elementos de convicção, se a queda/precipitação foi resultante de um ato voluntário ou se contou com a intervenção de terceiro(s). Nada mais havendo a acrescentar, deu-se por findo o presente laudo que, relatado pelo primeiro perito, lido e achado conforme pelos demais, assinaram concordes":

Seguiu-se a assinatura de seis peritos, certamente cegos ou comprados, que não viram as evidências que qualquer criança enxerga. A de que a vítima, FERNANDA LAGES VERAS, brutalmente barbarizada antes de ser lançada da altura de 29,30 metros, não poderia ter cometido suicídio.

Pergunto: por que esses peritos não estão presos? Esta conclusão é simplesmente uma afronta, uma declaração de incompetência investigativa que não encontra outra explicação científica, racional exceto a de que foram comprados. Todos sabemos que os chefões do crime organizado, por não pagarem impostos na comercialização de suas mercadorias, nem de seus comércios ilícitos, têm dinheiro sobrando em contas bancárias pessoais e nos paraísos fiscais, assim como em propriedades, bens móveis e imóveis, dentro e fora do país.

Inexiste jurisdição que intervenha numa conclusão tão barbaramente primária? Por que esses membros do judiciário não estão na cadeia, respondendo processo por injúria, calúnia e difamação do cadáver de uma estudante de Direito?

Todos sabemos que os chefões do crime organizado têm em mãos a quase totalidade dos membros do Três Podres Poderes envolvidos em suas investigações. Todos sabemos que existe um enorme mercado na demanda de suas “mercadorias”. Mercado interno e exterior. Todos sabem que essa demanda é grande e endinheirada envolvendo crimes de tráfico de drogas, mulheres, crianças para os pedófilos endinheirados mundo globalizado adentro. Mundo globalizado afora.

Todos sabem que vivemos numa sociedade capitalista de mercado consumidor. Isto quer dizer: se o comércio envolvido dá dinheiro, lucro, então, subliminarmente, está legalizado pelas autoridades constituídas. Sejam elas, autoridades dos países desenvolvidos, ou dos outros, considerados, eternamente, em desenvolvimento.

Todos sabemos que a programação TVvisiva visa a disseminação globalizada de comportamentos aéticos que incentivam a prostituição infantil, juvenil, adulta e até entre idosos. Todos sabem que o assédio sexual em todas as faixas etárias é de comum acordo aceito pelas autoridades constituídas, desde que, se não fosse uma aceitação tão unânime, os programas de TV não seriam abertamente incentivadores da prostituição, da imbecilidade, pessoal e coletiva, globalizada, e os investimentos em educação contemplariam minimamente os salários dos professores.

Todos sabem que o país investe em futebol gastando bilhões de dólares com a construção e reconstrução de estádios, aeroportos, hotéis, tudo muito superfaturado e acordado entre os membros dos três podres poderes.

Todos sabemos que um polvo que não é educado nas escolas com competência, por professores bem pagos, sobrevive de improvisações tipo salões de cabeleireiros, vendas de cosméticos, prostituição escancarada e camuflada, inserção no comércio de entorpecentes, e adesão aos esquemas vigentes de sobrevivência, os mais demenciais possíveis.

Afinal todos têm de ingerir café da manhã, se possível com leite e pão. E no almoço fazer uma refeição, se possível com arroz, feijão, farinha e um bife de faisão. Se a grande maioria sobrevive de vivas aos esquemas de prostituição e tráfico, é natural que a quantidade inacreditável de criminosos aumente em quantidade exponencial.

Todos sabemos: vivemos numa sociedade onde esses esquemas estão funcionando como se fossem parte integrante e inalienável das ferramentas institucionais consideradas legais pelos membros do três podres poderes. A bandidagem está impune graças aos togados das Cortes ditas supremas. E aos juízes que se formam e informam exclusivamente para participar de seus esquemas. De corrupção.

Em Terezin, principalmente, a situação institucional é de calamidade pública e notória.

Pessoas, professores, docentes, antigamente considerados expoentes do comportamento ético, agora trabalham exaustivamente para defender os direitos dos criminosos do colarinho branco ficarem impunes. E matarem. E traficarem. E Fazerem. E acontecerem. Certos de que a impunidade dos poderes os beneficiará. Sempre.

Numa sociedade onde os criminosos estão mandando e desmandando. Matando e enterrando impunemente, todos os que aceitam essa condição infame de submissão pelo medo e a coerção, são igualmente culpados e coniventes.

Ora, se todos estão igualmente envolvidos, e encolhidos em seus cantos de sofá vendo os programas de TVvisão, com seus filhos e filhas querendo se formar para que seus diplomas sejam usados para defender, futuramente, esses criminosos que os podem pagar, então... Que fazer?

Que fazer, se o fator econômico manda e desmanda? Mata e paga o enterro? Se os mais competentes elementos da sociedade jurídica estão a serviço da defesa desses assassinos, de modo a garantir-lhes a perene impunidade? Dois mil anos de cultura e civilização para avalizar juridicamente esse belo quadro social de justiça dos tempos das cavernas neolíticas?

Se a sociedade piauiense e teresinense não exigir que esses criminosos que compram os membros dos poderes policiais investigativos sejam algemados e presos (há muito tempo estão impunes por crimes semelhantes) então muitas outras fernandas lages veras serão assassinadas e nada acontecerá a seus homicidas covardes.

Os mandantes e os executores dos crimes de há muito se dobram e desdobram socialmente sem que ninguém tenha força moral para fazê-los parar de traficar drogas e influência política, jurídica e policial. Matar para eles é normal. Matar impunemente.

Amanhã, se matarem sua filha, você terá perdido a capacidade de se indignar. E ainda encontrará um jeitinho, bem brasileirinho, de por a culpa do que aconteceu, nela. Sua filha. Você achará argumentos covardes tais como: “Eu bem que avisei para ela não andar com gente desse tipo”. OU:

— Foi melhor para ela, que não vai continuar a viver num mundo desse. OU:

— O que ela fazia num bar aquelas horas da noite? OU:

— Por que ela saía com gente dessa laia de criminoso bacana?

— Ela sabia que nessa cidade se mata e fica por isso mesmo. Os criminosos são filhos ou sobrinhos de parlamentares, ou de gente graúda do judiciário. Todos são amigos e se protegem entre si. A lei para eles não vale nada. OU:

— Toda gente no Piauí sabe que lei nenhuma vale para criminosos do colarinho branco.

Se a sociedade teresinense e piauiense não se mobilizar no sentido de fazer esses criminosos pagarem pelo assassinado mais que covarde de Fernanda Lages Veras, em breve outras fernandas serão mortas e vocês encontrarão mais argumentos para justificar seus assassinatos.

E os criminosos vão deitar e rolar sobre seus cadáveres, enquanto bebem do melhor whisky e cheiram a melhor cocaína do pedaço. É isso que a sociedade teresinense quer? É com esses criminosos que a sociedade piauiense se nivela? E se afirma?

Vergonha! Uma sociedade associada a criminosos sádicos e endinheirados. Aos podres poderes que os sustentam às custas de seus impostos.