Quem poderá nos defender?
“Polícia para quem precisa. Polícia para quem precisa de polícia!” Assim cantou uma juventude na época em que os Titãs eram Titãs e o rock nacional tinha conteúdo, ou melhor, tinha ideologia. Mas não é sobre a decadência da música brasileira que falarei, mas sim da deficiência do nosso policiamento. Afinal, quem precisa de polícia?
O Estado precisa. É uma força coercitiva necessária para sua manutenção. Todo Estado é derivado da força, e precisa empregá-la para impor as suas ordens. Porém numa Democracia, o Governo não está acima da população, mas sim à seu serviço (teoricamente). Logo concluímos que as forças policiais devem atender a população, pois é dela que emana o poder.
Zelar pela integridade física e moral dos cidadãos é prioridade policial, ou deveria ser. Mas acontece que a corrupção (sempre ela) apoderou-se dos nossos homens da lei, e muitos não se sentem seguros ao ver um policial. Muito pelo contrário: morrem de medo. E motivos pra temer não faltam. Os abusos de poder e o uso da violência gratuita e descabida são rotineiros. Quem poderá nos defender?
Bem, o Chapolin Colorado é que não é. Parece estranho, não? Precisamos nos proteger daqueles que deveriam nos fornecer proteção... Uma valente mulher tentou bravamente lutar contra a corrupção no Batalhão da PM de São Gonçalo. Naquele local, ocorria um sujo esquema de beneficiamento das apreensões na qual os corruptos PM’s dividiam entre si dinheiro e objetos de valor que estavam em posse de bandidos (quem não é bandido nessa história?). Eles chamavam isso de “espólio de guerra”.
Pois é, por querer acabar com essa sujeira é que a juíza Patrícia Acioli foi morta a mando do chefão da quadrilha, o “Al Capone de farda”, Cel. Cláudio Oliveira, comandante do 7º Batalhão - RJ. Por essas e outras que a sensação de insegurança só aumenta entre os cidadãos comuns. Se até os “peixes grandes” acabam da maneira como acabou a juíza Patrícia, imagina só os peixinhos pequenos...Se não sabe rezar é melhor aprender logo.