MEUS DEDINHOS, UMA NOVA VERSÃO
A sociedade brasileira parece realmente exigir leis de seu Estado. Enquanto a consciência coletiva dorme, as leis se sucedem, e vão, escondendo as falhas de um povo obnubilado pela pressa e a completa falta de empatia existente por trás de cada letra presente nos códigos.
A prefeitura de São Paulo se esforça, dia após dia, para piorar a legislação do trânsito paulistano, o que só faz aumentar a caoticidade do mesmo. Tais atitudes escondem por detrás, algumas questões importantes: a lei sempre tende a olhar um só lado da moeda. Um pouco de inteligência bastaria para notar que o sistema não funciona justamente por isso. Exemplo clássico: "motorista, respeite o pedestre". Na última sexta-feira, vi uma moça escapar por um fio de cabelo de ser arremessada longe por um caminhão. O detalhe da cena não foi o "quase atropelamento", mas a cor do farol no cruzamento. O farol marcava verde para os carros. Por que teria ela atravessado? Certamente perdera ela a noção do perigo a que se expôs, não sei por que motivo. Outra questão: por que a CET, em conjunto com a prefeitura, não cria a faixa oposta "pedestre, respeite o motorista"? Não, ao invés disso, preferiram eles, inventar mais multas, para engordar os já gordos cofres públicos, e pontos na carteira.
Agora, a cereja do bolo: o grande gesto, o gesto que pode salvar a vida de quem anda à pé. Eis o gesto do pedestre. Como diria Silvio Santos, bem bolado. Quem sabe assim, tenhamos menos gestos obcenos a partir de agora.
Prezado leitor, não se esqueça. Em caso de cruzamento sem semáforo, entenda a sua mão e torça para que os carros parem. Lembre-se de que a preferência é sempre do pedestre, embora eu observe muitos carros cruzarem o farol vermelho. Por que? Talvez a prefeitura pudesse implantar exames oftalmológicos gratuitos, para verificar a parcela de motoristas portadora de daltonismo. Bom, enfim... Não custa nada tentar.
Para encerrar o artigo, sugiro que a Eliana faça uma nova versão da canção "Meus dedinhos". Certamente, embalaria o nosso trânsito.
Estenda o braço e cante: meus dedinhos, meus dedinhos, aqui estão...
Só espero que eles possam saudar-se sem ir embora...