O DIA INESQUECÍVEL

Não me recordo do dia 10, nem do dia 12, nem de outros dias daquele ano, mas lembro-me com exatidão daquele fatídico dia 11 de setembro de 2001. Era uma terça-feira e eu estava mudando de casa e por isso não fui trabalhar. Em meio à arrumação da bagunça na nova casa, a televisão estava desligada. Por volta das 11 horas fui à imobiliária e só então tomei ciência dos fatos que estavam aterrorizando o mundo. As imagens eram inacreditáveis, surreais. As pessoas atônitas sem entenderem o que estava acontecendo. Pareciam cenas de filme de terrorismo, mas eram fatos reais. Os apresentadores dos noticiários estavam visivelmente abalados tendo que mostrar em tempo real o que acontecia, e a cada momento surgiam novas informações, muitas delas desencontradas. As imagens das pessoas desesperadas jogando-se dos prédios eram muito fortes. Foram horas de terror transmitidas ao vivo para o mundo inteiro. Para a maioria das pessoas, cenas chocantes, tristes, impactantes. Para uma minoria, eram imagens de alegria, êxtase e com certeza de satisfação pelo dever cumprido. Mas que minoria era essa e que dever tão sinistro era aquele? Essa minoria eram os fundamentalistas islâmicos, seguidores das ideias de Osama Bin Laden e do regime Talibã que vigorava no Afeganistão na época e a sua missão era mostrar ao mundo capitalista, democrático e livre, cuja representação máxima desse tripé são os Estados Unidos da América, que eles não se sujeitariam à nossa maneira de viver, que dariam suas próprias vidas para defender a ideia de um estado governado pelo poder de um "autêntico representante" de Alá e que protegeriam seu povo da contaminação do "haram" ocidental. Só que esses líderes malucos não perguntaram ao povo o que o povo preferia, se continuar vivendo como escravos miseráveis de um regime opressor ou poder escolher o próprio caminho quer para a vida aqui na Terra, quer para a vida eterna em outro lugar. O povo é igual em todos os lugares do planeta. Sonha com uma vida melhor para si e para os seus filhos, não tem ódio de ninguém, ama o seu Deus e os semelhantes e quer apenas ser feliz, não importam suas crenças. O mais precioso bem que possuímos não é a riqueza que podemos conseguir de diversas maneiras na vida, não é a nossa família, não é o nosso trabalho, muito menos os nossos amigos, mas o livre arbítrio, ou seja, a liberdade de podermos escolher o que fazer de nossa vida, com quem nos relacionarmos, a quem amar, no que trabalhar, o que fazer com o nosso dinheiro. Isso é inalienável. Quando nos tiram o livre arbítrio estão nos tirando o direito de viver. Deus jamais tirou o lívre arbítrio dos seus filhos. O mundo ocidental não é perfeito, longe disso, o capitalismo não é o melhor regime financeiro, claro que não, mas a democracia com certeza é o melhor regime político para se viver porque nos dá o direito de escolha. Se escolhemos certo ou errado não importa, mas temos a liberdade de escolher. Onde há pelo menos um ser humano, há alguns problemas, onde há milhões de seres humanos há milhões de problemas, porém, quando se vive sob um regime totalitário, sobretudo um regime que impõe ideais políticos, econômicos e principalmente religiosos, onde cada cidadão é obrigado a se sujeitar não apenas ao seu Deus, mas principalmente aos homens que se acham deuses, donos da vida e da morte, capazes das maiores humilhações e atrocidades em nome da moral e da religião, fazendo com que a vida não tenha valor nenhum, negando-lhe o direito básico de liberdade e direitos como educação, saúde e bem estar, cada problema ganha uma proporção milhares de vezes maior e assim, líderes como Bin Laden convencem seus seguidores de que há uma vida melhor em outro lugar depois da morte. Mas se ele acreditava que existia esse lugar melhor por que ele mesmo escondeu-se por tantos anos com medo de ser obrigado a ir para lá? É fazendo da vida das pessoas um inferno aqui na Terra que eles as convencem de que é melhor morrer e ir para o paraíso receber sua recompensa o quanto antes. Essa é a estratégia dos líderes fundamentalistas islâmicos para terem tantos adeptos que dão a vida pela causa de uns poucos desequilibrados que não tem coragem de dar a sua própria, causa essa que muitas vezes os liderados nem conhecem de verdade. Alguém disse: "guerra é um massacre de pessoas que não se conhecem a mando de pessoas que se conhecem mas não se massacram!"(citado por Milton Neves em 11/09/2011 na Rádio Bandeirantes).

O 11 de setembro de 2001 foi mais um episódio que marcou a vida de todas as pessoas deste planeta. Ensinou que todos são frágeis não importa a aparência de fortaleza que se tenha. Neste mundo ninguém está seguro, seja por ações humanas como a explosão da bomba H ou os ataques de 11 de setembro ou por ações da natureza como o Tsunami no Japão em 11 de março de 2011, o homem só tem segurança em Deus. Você cristão, muçulmano, hindu, budista ou qualquer que seja sua religião, neste 11 de setembro eleve uma prece ao seu Deus e peça simplesmente que ele aja na vida dos homens, sobretudo dos líderes, para que tenham sabedoria, tolerância e afaste o ódio de seus corações, para que cenas como essas não voltem a acontecer.

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Ivan De Lima
Enviado por Ivan De Lima em 15/09/2011
Código do texto: T3221210
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