Network é o Amigo da Onça!
Quem lembra aquela música: “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves”? Tem aquela outra também: “Amigos para sempre lalaialaialaia...” Pois é, amizade é mesmo algo importante, afinal o homem é um ser social. Mas algo está mudando na hora de escolher os amigos. Os valores econômicos hoje superam os valores morais.
Se tem uma coisa peculiar no capitalismo, essa coisa é negociar até o que deveria ser inegociável. O ciclo de amizades até mudou de nome, e ninguém estranha mais ele ser um termo em inglês: Network. Fui ao Google agora e pedi uma forcinha, a primeira definição de Network foi a seguinte: É a arte de fazer e manter relacionamentos vantajosos.
Meu Deus! O que quer dizer relacionamentos vantajosos? “Fulano tem dentes amarelados, já que sou dentista serei seu amigo e lhe oferecerei um tratamento de branqueamento”. Será que é assim que esse troço funciona? Na fonte que pesquisei dizia mais: O grande desafio é tornar-se um mestre na arte de cultivar relacionamentos que tragam benefícios para todos os envolvidos... Eh! amigo da onça...
Essa praga ta sendo disseminada com muita facilidade. Vejo como os meus alunos na escola fazem a sua Network. “O cara que tem dinheiro pra pagar meu lanche na cantina é um bom relacionamento”. “A menina da calça de grife parece ser interessante, posso ficar com os meninos que ela desprezar”. É assim que eles pensam. Acredite.
Podem me chamar de careta, ultrapassado, estúpido, ignorante e etc e tal, mas uma coisa dessas eu não consigo engolir. Relacionamentos superficiais e hipócritas surgem aos montes por causa do pensamento de só querer lucrar, lucrar e lucrar. Pessoas que não se toleram vivem juntas apenas por que é bom para a sua imagem ou seus negócios... Agora sou eu quem digo: Quanta estupidez!
A coisa é tão séria que até nas igrejas existe a tal da Network. Os cristãos fazendo acepções de pessoas e contrariando a ordem do seu Mestre. Aliás, se Jesus voltasse ao mundo, não ia ter espaço em muitas congregações. Seria mais um daqueles irmãozinhos escanteados por não chegar ao culto em um carro zero e por não ter um terno e um belo sapato lustroso.
Parafraseando Luther King: “Eu tenho um sonho. Espero que minha futura prole e eu sejamos julgados pelo valor de nosso caráter e não pelo valor de nossas contas bancárias. Eu tenho um sonho. De cantar a música Canção da América sem sentir remorso no coração. Eu tenho um sonho. De quando chegar a minha hora, ter ao menos um amigo chorando a minha morte, por sentir, de fato, a dor da minha ausência...”