TRAIÇÃO AFETIVA – Porque conselho bom se dá.
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
Traição afetiva dói. Dificilmente alguém suporta ser traído mantendo a calma e a tranquilidade naturais. Pode-se até passar essa imagem para os amigos e familiares, mas por dentro um vulcão está explodindo de raiva, ódio e vontade de partir com violência para cima do traidor. Enfrentar uma situação dessa não é fácil pra ninguém, mas temos que ser práticos, pois o nosso estado de desânimo, de revolta, de querer fazer bobagem (muitos fazem até consigo mesmo) como ato de vingança, não se altera com o nosso choro. Certo é que temos que ser resignados e sofrer apenas o necessário, mesmo sabendo que o necessário nestes casos fica meio indefinido. Diante disto, algumas considerações a gente pode discorrer no sentido de que você não perca a calma, nem a certeza de que isto passa. Demora, mas passa. Senão vejamos:
- Não se puna por nada. É sempre mais feliz quem mais amou.
- Prefira acreditar que quem traiu não te merece e que antes de te trair traiu a si memo.
- Não fique fazendo um trajeto imaginário acerca de definir o trajeto afetivo da traição – Ele (a) pode mesmo não te amar mais e daí?
- Certo que quando o amor se acaba um dos dois sofre mais e quando rola traição o sofrimento é maior porque leva a um estado de letargia e de culpas. Mas lembre-se que você não estava na relação por brincadeira, mas por amor ou no mínimo com responsabilidade. Essa culpa tem que ser apenas compreendida!
- Não procure qualquer ombro amigo pra “chorar” suas mágoas. Poucos são os que merecem ouvir nossos soluços, mas sempre há um fiel amigo por perto. Busque-o!
- Não pense que suas experiências anteriores falharam. Elas nunca servem, ou servem apenas como verniz em novas relações. Cada relação é única, como cada pessoa única também é.
- Se quiser chorar chore. Desesperar, jamais. Amanhã, quando tudo passar, você vai se amar mais ainda e vai certamente se orgulhar de si mesmo...
- Respeite o luto. Essa técnica psicanalítica simboliza a morte de alguém que nos foi importante, mas nós a matamos dentro de nós, independente da forma. Depois do luto, vem a missa de trigésimo dia – celebre-a! Talvez você nem reze a “missa” de ano.
- Evite manter ao alcance da sua vista, lembranças como fotos, perfumes. Evite passar por locais que lembrem vocês dois. Tente fazer uma rotina contrária àquela que vocês estavam acostumados. Nada de jogar fotos no lixo, rasgá-las: elas vão servir pra você rir delas.
- Se a barra realmente pesar demais e você quiser buscar ajuda profissional, nada contra. Apenas procure um profissional experiente e que não lhe submeta a remédios que provoquem dependência.
- Rezar, orar, ir ao culto evangélico ou católico, se não fizer bem mal não faz.
- Nada de tentar resgatar a relação, exceto se você entender que a traição foi uma armação que seu amor foi vitimado.
- Se você achar que ficou alguma coisa por ser dita, diga. Procure a pessoa e diga até zerar as pendências. Depois disto, tendo certeza de que se tratou de uma traição no pior sentido da palavra, ponha um ponto final. Nada de ligar, de procurar saber se a pessoa já tem nova pessoa.
- Num primeiro momento, nada de visita a familiares. Na verdade, deve-se mesmo é entender que quando morrem os afilhados acabam-se os padrinhos. Essa história de ser civilizado (a) e querer manter tudo como se nada tivesse acontecido é balela. A dor de dentro não passa se a gente não se dispuser a ser radical conosco, exceto pra quem gosta de sofrer por quem não merece. Dito diferente, não se deve gastar vela boa com defunto ruim.
- Nestes momentos um pouco de depressão é natural. Se quiser ficar no seu quarto pensando ou chorando, nada demais. Afinal, a gente chora é por nós. Agente pensa é por nós e pelo nosso bem estar.
- Nada de querer botar outra pessoa no lugar só pra não passar por baixo. Só pra sua autoestima subir. Ledo engano. O beijo vai ser diferente, o amasso será diferente, tudo vai ser diferente pra pior em relação a outra pessoa. Afinal, o ser humano não é controle remoto que muda de canal com um simples acionamento de tecla.
- Há quem indique viajar. Nada contra, mas o problema acompanha a agente pra qualquer lugar. Se a viagem for com uma pessoa “up”, pode ser. Se for com pessoa da família que não gostava do “falecido (a)”, nem pensar. Melhor exercitar a solidão e sair para cinema, praia, etc. com amigos que adorem rir por nada, contar piadas de papagaio, de Juquinha, de baiano, de paraíba.
- Um dia você vai ser surpreendido (a) com uma fossa básica. É a chamada recaída. Curta. Afinal, não se faz omelete sem quebrar os ovos. Se a gente soubesse que uma relação não dava certo não entrava nela. Mas ela poderia ter dado como tantas outras que até se acabam, mas nunca por traição.
- Talvez você tenha amado demais essa pessoa. Amor demais só por um: nós mesmos! Veja se você não se esqueceu um pouco de você nessa relação e se recupere numa outra. Nesse caso essa experiência serve pra próxima.
- Nesse período de luto a gente pensa que o mundo se esqueceu de nós. Lá fora fica tudo cinza e a gente não se desliga da pessoa que nos sacaneou. O sol fica sem brilho e a gente se sente um trem sem trilho. É assim que acontece com você agora e já aconteceu antes noutro relacionamento, lembra? Viu como passou? Então esta passa, mas enquanto não passa dói.
- Um belo dia, num passe de mágica, você começou arrumar suas gavetas, levou o carro para o lava jato, abriu as janelas do seu quarto e nem se tocou que... Isto é o sintoma de que você já está vislumbrando novo horizonte...
- Diante de um novo horizonte, as possibilidade todas irão acontecer em sua frente. Você poderá encontrar o seu grande amor. Até mesmo optar ficar sem ninguém, mas nunca sem você mesmo (a).
- Acredite: avida é mágica.
- Pense: Alma gêmea é coisa de cinema, de contos de fada. Ao vivo é tudo diferente porque somos todos indefiníveis, indecifráveis, gente!
- Prefira um amor construção – daqueles que os dois se conhecem e se prometem ir adiante construindo o amor no dia a dia.
- A vida é bela.
Bom domingo. Lembre-se CONSELHO BOM SE DÁ.