QUANDO FOR SAIR DE CASA
jTorquato (supertor4)
Hoje eu cismei de sair de casa e ir para o trabalho, justo numa segunda feira, de transporte público coletivo, me dirigi cheio de energia matinal, para um ponto de ônibus, e depois de levar sol na cabeça por mais de 45 minutos, consegui vislumbrar um ônibus com a bandeira que me servia, mas o dito cujo lotado, passou velozmente pelo ponto em que me encontrava sem nem dar sinal, tive de esperar mais 45 minutos e mesmo lotado, consegui entrar, a viagem longa foi pautada por xingamentos dos passageiros a cada ponto que o motorista parava, sem falar nos buracos das vias que nos faziam bater no teto literalmente, mas estava preparado o pior, o engarrafamento.
Não só foi o suor que pela manhã vinha acompanhado de desodorantes vencendo, o esfrega-esfrega, os xingamentos, a tensão do pessoal, mas o calor, como dizia um dos passageiros, “uma lata de sardinha” sem molho, sem óleo, só as secreções incluindo gases pútridos de ovos mal mexidos, depois de 1.07 horas conseguí descer um ponto antes do que pretendia, não agüentava mais, na minha inexperiência em andar em transportes coletivos em Maceió, saí de casa na mesma hora em que geralmente saía para o trabalho no meu carro, foi um tremendo erro, chequei com 1.48 horas de atraso, pequei caras fechadas dos colegas que me cobriam, e mais ainda um pedido de explicações da chefia, foi o que deu querer ser politicamente correto em matéria de transportes na capital alagoana.
A Noite, exausto, troquei o transporte coletivo por um táxi lotação, a princípio o mesmo problema, consegui entrar a força no quinto taxi lotação com destino a minha morada, cheio o motorista ainda parava em alguns pontos de ônibus oferecendo vagas, me espantei, onde iria o pretenso passageiro? Na mala? Graças a Deus que desceu uma dupla e logo depois entrou mais dois passageiros numa briga infernal com mais uns oito que também queriam entrar, em resumo um inferno de pessoas encaixadas só com uma vantagem: estávamos sentados, embora minhas pernas reclamasse a posição incômoda em que estava apertadas sob outras pernas. Finalmente desci, e fui para casa.
Não jantei, estava mais exausto que com fome, tomei um banho rápido e fui dormir.
Um comentário num blog me chamava a atenção, nela informava a qualidade do transporte coletivo de Curitiba, falava inclusive que seus técnicos foram contratados pela FIFA a apresentarem soluções para as Cidades sedes da Copa de 2014, os caras tinhas mais de 30 anos de planejamento e prática no melhor sistema em uso no país. Pensei que país é este? Temos as soluções, gente competente, mas não as buscamos. Claro eleições de dois em dois anos dá nisso, imediatismo de construções de Viadutos, pistas, duplicações, tudo à disposição do transporte particular e egoísta. Lancei meu protesto, nele eu fala que deveríamos castigar O TRANSPORTE EGOÍSTA, devemos olhar para o lado do coletivo, usar todas as verbas disponíveis para melhorar as vias de transporte coletivo e investir em outros modais como o ferroviário e lagunar, deixar na prancheta esquecida os planos de duplicações, autorização para mais estacionamentos, taxar mais pesadamente os transportes particulares, criar pedágio para que todos, inclusive táxis, circulasse no e em torno do centro da cidade, criar condições de facilitar o escoamento dos transportes coletivos, imprimindo mais agilidade e conforto além de otimizar o embarque e desembarque, utilizar as experiências bem sucedidas em Curitiba e Aracajú, e criar mais em cima disto, como pontos de }ônibus com calçada alta que dispense o elevador nos veículos, usando simplesmente a passarela do próprio ponto, criar passagens inteligentes que um preço só para diversas viagens, só que ilimitado, e que estes cartões inteligentes sejam aceitos nos pontos inteligentes de ônibus ou outro meio de transporte coletivo, e nos próprios veículos a porta de entrada dispensando a catraca que elevaria o conforto dos passageiros notadamente idosos, gordos e deficientes, apelar para falar em prejuízo é ter visão curta, pois com estas medidas, sendo dificultado o uso de transporte particular, a maioria iria certamente para o confortável, ágil, pontual transporte coletivo, elevando em muito o numero de usuários, elevando assim o faturamento, junta-se a qualidade a quantidade.
Provavelmente o ar e as plantas agradecerão certamente nossos nervos agradecerão nossos pulmões, nossa histeria diária, nosso stress, porque dirigir neste trânsito é: Dirigir defensivamente, vendo uma batida e um acidente a cada metro, é gasto exagerado de combustível nos engarrafamentos, de peças como marchas e freios, de exagerado valor dos precários estacionamentos com seus furtos e riscados na lataria, dos flanelinhas enfezados, além do engarrafamento os giros pelas ruas atrás de um lugar para seu carro, depois de tudo, na ponta da máquina de calcular, valeria a pena ter carro para passear com a família, não para ser um instrumento de tortura nos dias de trabalho.
Acordei então, eram 6.45 da manhã, me preparei para enfrentar o trânsito de Maceió no meu carro, esta é a realidade. Como dizia meu amigo no blog de meus sonhos, ainda tenho uns dois anos antes de MACEIÓ PARAR