AS TURBULÊNCIAS DA ECONOMIA
AS TURBULÊNCIAS DA ECONOMIA
EVILAZIO RIBEIRO
As turbulências da economia ao redor do planeta têm poupado o Brasil. Instalado em novo patamar de crescimento e de solidez econômica, o Brasil não mostra índices de crescimento comparáveis aos da China ou da Índia, mas demonstra que não é mais uma republiqueta do carnaval e samba que foi por tantas décadas no século passado. Com 190 milhões de habitantes, o mercado interno continua o nosso grande patrimônio e isso justifica as grandes inversões de capital externo.
Com a inclusão social de 20 milhões de pessoas na classe C – o Brasil se tornou um mercado consumidor de respeito, promovendo o crescimento industrial e, principalmente, da área de serviços é o que nos dá estabilidade. Apesar dos elevados índices de corrupção e de ineficiência dos governos, nas três esferas. Todos os dias, os fatos demonstram que o Estado entrou em colapso no Brasil e daqui a poucos anos a população brasileira pagará preço ainda mais alto para sanear a podridão política nos Municípios, Estados e União. O Brasil poderia se beneficiar muito mais das crises da economia mundial e, talvez, enriquecer de vez, melhorando inclusive a péssima distribuição de renda. Não está conseguindo em razão do tamanho do Estado e de sua complexa, histórica e inacreditável ineficiência. O Estado no Brasil é um elefante branco, cheio de corrupção, corporativismo e lerdeza. Tivéssemos 10% da eficiência japonesa e o Brasil seria hoje um gigante da América Latina e um peso pesado da economia mundial. O grande nó que nos atrapalha é a educação, sempre de má qualidade e sempre postergada para o próximo governo. Do município à União Federal, a educação consome bilhões de reais e não dá resultados algum pelos desvios com corrupção.
Os níveis de qualidade são baixos e, mesmo assim, paradoxalmente, somos um país que está dando certo. Na velocidade atual, talvez ainda dê tempo, porque o mundo está parando. Se fosse diferente, contudo, e o Brasil poderia, em duas décadas, ser a China dos trópicos. Se escaparmos da pobreza e preservarmos a democracia, terá sido um bom resultado. O risco dos governos de hoje é passarmos por novo ciclo autoritário, em razão da corrupção e do fisiologismo da política. É o custo Brasil, alimentado pelo voto e com o rótulo de “democracia”.
"O Brasil está mais preparado do que antes para enfrentar a crise. Mas não somos imunes à crise. O Brasil navegará nesse mar turbulento e sairemos bem. O Brasil é maior do que a crise", disse Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já a presidenta Dilma Rousseff reconheceu que a crise mundial pode afetar a economia brasileira, mas afirmou: “O que nós estamos tentando neste ano é nem entrar (na crise), é parar ela na porta. É difícil? Nós não somos imunes, uma ilha”. PARA PENSAR: “Homem nasce bom e sem vícios, porém, a sociedade civilizada o corrompe”. Jean-Jacques Rousseau.