E AGORA CAPITALISMO GLOBALIZADO?

Como a maioria dos brasileiros, sempre dei mais atenção ao noticiário esportivo de que aquelas bombas que os extremistas jogam mundo afora.

Nós, ocidentais, sempre achamos que aquele povo do Oriente é “doido”, extremistas na religião, na política e coisa e tal...

Nós ocidentais, sempre nos achamos superiores; que a suposta crise mundial foi antigamente resolvida nas armas e depois, numa forma mais light, nos papéis... E agora? Os latinos, quem diria? Que sempre usaram a igreja como forma de ganho se volta contra o patrimônio quando sentiu o calo doer no próprio umbigo. E agora? Europa versus Vaticano? Jamais porque ainda existem forças superiores que não deixa chegar ao caos total. Mas o sinal de alerta está dado. Quem imaginaria aquele vandalismo na Inglaterra? E os estudantes espanhóis revoltados com a visita “não oportuna” do Papa? E o pior, imaginar alemães colocando fogo nos carros como forma de protesto contra o ganho desproporcional. E agora globalização?

Dizimar a fome na Somália é coisa que o Vaticano não consegue socorrer; fazer com que súditos da rainha não sejam obrigados a descascar batatas, também não é função do Vaticano; arrumar empregos aos jovens espanhóis também está longe e os alemães? Cuidado com os alemães porque não admitem uma criança chinesa de cinco anos, sozinha dentro de casa, cair do quinto andar e parar numa proteção de roupas do quarto andar, onde também não tinha ninguém porque lá o trabalho vale mais que um papel.

Longe de mim achar certo o regime de semi-escravidão em que vive o povo chinês, mas por outro lado, existem discrepâncias até maiores no sistema capitalista do mundo ocidental. Se não somos escravos no trabalho, somos muito mais escravos do consumo. E essa escravidão é pior porque temos a falsa sensação de liberdade sem ter mais como financiá-la depois do ganho perder para o gasto.

JOSÉ EDUARDO ANTUNES