FOME: Um mal que é real
Estava refletindo sobre tudo que ouvi ontem sobre a FOME. Que coisa lamentável é saber que pessoas estão morrendo por inanição. Josué de Castro já alertava há décadas atrás sobre essa questão. Não é por falta de comida que as pessoas perecem, mas é a distribuição desigual e injusta que abrevia as vidas de inúmeras crianças. Como dizia Hobbes: O homem é lobo do próprio homem.
As reflexões que fiz começaram num evento da Visão Mundial que já passou por Recife e que agora vai para o Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. O intuito é fazer com que os cristãos abracem essa causa: acabar com a FOME. Sinto vergonha por saber que essa coisa horrível, e que está bem debaixo de nosso nariz, acontece em larga escala devido à omissão daqueles que se dizem Igreja.
Já no Antigo Testamento, Deus revela a sua vontade aos israelitas: Não deveria haver necessitado entre eles. Para isso foi estabelecido o Ano da Remissão. O povo de Israel deveria ajudar os mais pobres entre seus compatriotas, e toda dívida deveria ser perdoada após sete anos, para dar uma nova chance dessa pessoa endivida se reerguer (Deuteronômio 15).
No Novo Testamento, vimos que a Igreja do primeiro século da Era Cristã estava unida e compartilhava seus bens entre si (Atos 2: 44). Até congregações humildes procuravam ajudar com o pouco que tinham (II Coríntios 8:2). Logicamente nem todos agiam assim, vemos o mau exemplo de Ananias e Safira e da congregação em Corinto. Nem todos possuíam o mesmo espírito compassivo.
O que devemos atentar é o fato de que não estamos cumprindo bem o dever de sermos cristãos. Ao invés de olharmos para o lado, olhamos para dentro, ou para cima quando queremos pedir, quando queremos ganhar. Esquecemos que o Cristianismo é movido a paradoxos, na contramão do sistema, e por isso compartilhar é lucrar. Quando damos recebemos e quando negamos nossa vontade egocêntrica de auto-satisfação, nos satisfazemos com a fartura do nosso próximo.
Refletir e estudar minuciosamente as causas e efeitos danosos provocados pela fome é uma tarefa importante. Números, estatísticas, tudo isso é válido. Necessário é ir mais além. É agir. A fé sem obras está morta (Tiago 2:17), é religiosidade vã. A verdadeira religião para Deus é apoiar os pequeninos e não se manchar com o mal (Tiago 1:27). Devemos andar rápido pois como diria Betinho: Quem tem fome tem pressa!
“Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”.
Madre Teresa
“Metade do mundo não come e a outa metade não dorme com medo da que tem fome”.
Josué de Castro
“O que me incomoda não é o barulho dos maus e sim o silêncio dos bons”.
Luther King
“Se tiverem amor uns pelos outros, o mundo saberá que de fato vocês me seguem”.
Jesus Cristo