OS HERÓIS TAMBÉM MORREM

Os heróis também morrem...

É triste quando um acontecimento surpreende milhares de pessoas noticiadas através dos meios de comunicação. Seja falada, escrita ou de outra forma, a notícia de que um herói nacional faleceu sempre causa surpresa e indignação.

Nesses meus anos de existência pude acompanhar a passagens de algumas dessas pessoas diferenciadas nas mais diversas áreas de atuação. Elas se foram deixando uma saudade, um vazio imenso dentro no nosso ser. Como é dolorido o sentimento deixado por aqueles que se vão! No começo é uma mistura de amor e ódio nosso por sermos egoístas, não querendo permitir essa ausência. Assim, tracei uma geografia da minha alma para saber um pouco mais de meus sentimentos.

Muitos desses heróis não nos dão motivo nenhum para gostarmos deles, pois não os conhecemos, nem somos amigos deles. Porém, todo herói traz consigo a imagem do mito, aquela figura que projetamos, idealizamos, queremos ser, viver e nem sempre conseguimos, ou seja, nos vemos nele. Por essa razão não queremos que eles morram. Os heróis são sempre lindos porque neles alimentamos nossos desejos e fantasiamos com a liberdade de nossa imaginação.

Essa semana foi notícia no mundo todo a morte da cantora Amy Winehouse, deixando assim o mundo pop mais triste, pois muitos se identificavam com sua música e sua rebeldia. Dessa forma, heróis são heróis, cada um busca para si os seus modelos... No nosso mundo não existe mais lugar para os heróis solitários, pois as máquinas, as instituições, as organizações, os partidos – tudo é grande demais. Ali os indivíduos desaparecem. Ficam sem rosto. São substituíveis. Mesmo os heróis do futebol: se jogam mal, ficam de fora...

Ruben Alves, acerca de heróis, disse sabiamente: “O herói é o símbolo do nosso eterno desejo de sermos belos, puros e valentes. Que todos nos vejam! Que os homens nos admirem! Que as mulheres nos amem! Morto o herói, apaga-se o sonho e mergulhamos de novo no anonimato da multidão...”

Quando caímos em si, percebemos o que não desejamos perceber que os heróis são de carne e osso, que eles também morrem...

j.f.Alvarez Julho de 2011.

jafjaf
Enviado por jafjaf em 28/07/2011
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