SOB NOSSOS CENÁRIOS DE ESCOMBROS....GOOOL!

Neste presente exercício anual de dois mil e onze, infelizmente, o mundo no qual também nós brasileiros nos incluímos , foi palco de tristes tragédias naturais.

Pouco tempo depois dos grandes deslizamentos de terra da região serrana do Rio de Janeiro, daquele nosso belíssimo cartão postal, o mundo via as imagens impressionantes do maremoto que atingiu o nordeste do Japão, ande Fukushima contava seus mortos e tão logo enfrentava o incidente nuclear provocado pela tsunami.

Assim de longe, eu não saberia dimensionar qual tragédia nos chocou mais, porém aqui, não tão de longe das nossas tantas tragédias endêmicas, já nos é possível notar a diferença de empenho para se reconstruir socialmente depois duma tragédia.

No Japão entre as notícias que nos chegavam, a que mais nos chamava a atenção era a que nos informava que depois de uma semana da tsunami os Japoneses já haviam reconstruído com primor uma imensa rodovia por entre os escombros da região afetada.

Um tapete.

Paralelamente , nós por aqui, estarrecidamente vemos as imagens que nos chegam pela mídia quanto à situação que vivenciamos pós tragédia da região serrana do Rio, um cenário de tristeza e descaso, que é responsabilidade de todos, enquanto Nação que somos.

Eu sei que existem muitas explicações para tal, não caberiam neste meu texto, o triste é perceber a nossa diferença gritante de comprometimento político para resolver as questões que nos são mais urgentes. Falta-nos cidadania, na sua mais complexa definição semântica.

Notícias de corrupção com as verbas destinadas para a nossa reconstrução tristemente nos chegam (digo nossa, porque somos todos um país só, de ÚNICO CORAÇÃO, um país que urge pelo desfrute dum compromisso social sério por parte dos tantos governos de todas as regiões) notícias que nos chocam muito, principalmente porque sentimos na carne a dificuldade para cumprirmos com toda a carga tributária que sai do bolso de todos os brasileiros.

Difícil acreditar que somos um país em crescimento sustentável.

Isso mais parece conto da carochinha para os contribuintes dormirem.

Somos contribuintes do que?

Junta-se ao fato, além de todo o dinheiro que vai para o ralo, vejam , aqui em São Paulo nosso prefeito pagou cerca de vinte mil reais por residência desfavorecida lá duma certa comunidade de terreno condenado pela defesa civil, para as casas que estavam sob maior risco de desabamento, mas as pessoas continuaram por ali , esperando a casa cair, sob a alegação de que o dinheiro não dava para nada.

Não discuto o mérito financeiro e social, de fato relevante, porém discuto o mérito tributário, político e gerencial.

Tudo dinheiro pelo ralo das ingerências, que não resolvem a situação de ninguém mas que onera o país como um todo.

Aonde vamos parar com tanto descaso e tanta negligência político- social?

Isso tudo é apenas a ponta dum complexo iceberg, que julgo, sinceramente, sem solução. Nada se faz pelas reais soluções, Por aqui só remendos. Como as operações tapa buracos da cidade...

Todavia, acho que pressinto aonde vamos parar sim: em dois mil e quatorze, comemoraremos abertura da Copa mundial de futebol aqui no nosso país do futuro, aquele que dizem já ter chegado, planejado a toque de caixa, sob a boa vontade das construtoras que constroem o país, e dum governo que já fala em reeleição.

Só uma pergunta: se dá para erguer um estádio de futebol para milhares de pessoas gritarem "goool!", porque a região Serrana do Rio ainda é imenso cenário de escombros?

Algo a não se pensar , muito menos a se enxergar, porque sentidos por aqui é algo que dói muito. E não há analgesia alguma.

E viva o Neymar, eu sempre repito, ao menos temos ele, nossa válvula de escape a tanta tensão social.

Eu se fosse o Mano Menezes começaria a me preocupar com resultados, aliás, os únicos que parecem incomodar a todos nós brasileiros, irmãos de tantos infortúnios.