ATÉ QUANDO?!...
Participei dia desses de um protesto a favor da melhora da educação no Brasil e, percebendo toda a movimentação, as inquietações das pessoas quanto ao assunto, me perguntei: como é que pode, algo tão importante, primordial para o futuro da nação ter que ser conseguido ou não meio à força, à base de protestos, movimentos?...
Quanto paradoxo nisso... A quantidade absurda de impostos que o governo arrecada cada vez mais, e, no entanto, o sistema educacional brasileiro começa desprezando a peça chave no processo que é o professor...
Se não fosse o único título que Jesus avocou a si, o de Mestre daria até vergonha dizermos que somos professores no Brasil...
Mas, por isso tudo, fiquei a lembrar dos países que se tornaram nações gigantes investindo na educação, num reconhecimento de que é por ela que tudo começa, e lembrei-me de algo triste, e mostra a estratégia de um maníaco, um sanguinário que também enxergava a escola como algo importante para atingir seus fins demoníacos.
Um amigo, jornalista aposentado, que já esteve no Tibet, me contou algo que me deixou estarrecido e quase que não acreditei...
Ele me disse que, logo que a China sob as ordens de Mao Tse-Tung invadiu e dominou aquela nação, encontrou um povo ordeiro, trabalhador, disciplinado, extremamente religioso, não violento, incapaz de fazer mal a quem quer que seja e aquilo passou incomodar os invasores.
O governo comunista de Mao não podia entender aquilo facilmente e imaginou uma maneira de instigar o povo à violência, à agressão, transformando-o num povo guerreiro e, então, começaram pelas escolas a instigar os alunos para matar.
Contou-me que, trabalhando em reportagem naquele país, conversou com um homem que era adolescente ao tempo da invasão chinesa e que estudou numa das escolas e acontecia o seguinte:
Os professores davam prêmios, notas altas a quem trouxesse um animal morto. Todas as semanas tinham dias para isso e a premiação era conforme o tamanho, a importância do animal.
Uma mosca valia tantos pontos, rato outros tantos, um gato valia um tanto mais, um cão mais ainda e assim por diante.
Para quem não matava nenhuma mosca, no início, os alunos sofriam horrores, mas tiveram que ceder e timidamente começaram a levar animais mortos para sala de aula, e tudo isto para aprenderem a matar.
Aquele tibetano contou que nessas tais aulas, no início, começou a nutrir um ódio mortal contra o seu “professor”. Disse que, foi isso que aprendeu e, mesmo sendo adolescente se pudesse teria estrangulado o sujeito. Conseguiu reprimir aquele sentimento, pois, afinal, os algozes não perdoavam...
Muitas crianças, adolescentes instigados à facilidade de matar, sucumbiram, e, depois de anos sofrendo uma instigação àquilo, capitularam e passaram a seguir as ordens vindas do ditador comunista.
Segundo o jornalista, apenas uns poucos que, como aquele homem, resistiu a aquilo tudo, embora tendo que matar animais, não concordou com os comunistas, mas até hoje guarda as marcas daquele tempo brutal, sanguinário, aterrador.
Por isso tudo, a pergunta é: porque no Brasil os governantes não enxergam na escola o mesmo que até os ditadores de outros países enxergam?!...
Até quando?!