As leis, o trânsito e a vida no subúrbio.
As lombadas, semáforos, placas de advertências, símbolos demarcatórios essenciais nos centros urbanos poucos significam na periferia ou nas cidades interioranas. Nelas, nas horas de rush é um caos. Não importa a pressa ou a mão de movimento, a população desses núcleos fazem suas próprias leis, ignoram regras, estacionam em locais proibidos, fazem reuniões nos cruzamentos. Nas ruas, os pontos de comércio atraem consumidores que invadem o passeio público. Comportam-se igual aos habilitados em países que adotam a “a mão inglesa – seguem pela esquerda” – No Brasil, o estilo é a “mão francesa”. Advertidos pelos relógios e pela tradicional desatenção, estão sempre atrasados e se se espremem pelas ruas encurraladas pelos veículos. Por entre os carros deixados obstruindo o transito, famílias passeiam de mãos dadas sem a menor preocupação com quem vem ou vai. Os órgãos de segurança pedem prudência, mas o que se vê nas ruas é uma total desatenção de condutores e pedestres que não se respeitam. Quem dirige com responsabilidade tem que conduzir por si e pelos inconstantes obstáculos encontrados nas ruas. Cães, pessoas, fechadas por indivíduos inabilitados, ciclistas, carrinhos de bebês, garis sem esquecer os buracos fruto dos descasos dos poderes públicos. Todos vivem numa constante stress. Pressa, compromissos, é melhor sair mais cedo.
O que fazer? Será que vale a pena abrir questão contra os desmandos? Queixar-se às autoridades?... Qual delas? Enfrentar os Boletins de Ocorrências frente ao marasmo da condução das leis? Aguardar as audiências?... Litigar contra quem? Há tempo para acionar a polícia rodoviária, civil, militar, os poderes públicos? Se essas questões são relevantes, vejamos então quem vai se combater: Autoridades? Não. Políticos, eles abafam o caso se não lhes for conveniente. Resta então outra opção: o munícipe. Esse não tem voz como a maioria, não dispõe de meios para contra atacar, mas tem pontos a ser revisto. Sendo povo, não importa qual a sua posição social; ele ou ela é quem está mais próximo ao protestante. É aquele que se encontra todos os dias na sua luta; quem já deu carona, emprestou uma chave, já deu ouvidos a suas lamentações; ou pelos menos é alguém que, se não lhe íntimo, já se sabe de que não se trata de pessoas mal aceita pela sociedade, que não interfere na sua vida e o pior, provocar debate com quem é de seu convívio, não será difícil encontrar alguma pessoa que soube ou já presenciou atrocidades feitas pelo reclamantes. Em locais em que pratica o erro constantemente, não importa quem seja a índole dos contestadores, em algum lugar ele deixou se levar e cometeu verdadeiros abusos levados pela facilidade e estímulos vistos pelo trajeto. Calar ou protestar, o quê ou a quem. Cobrar seus direitos de quem não é, mas poderia ser seu amigo, eis a questão que se arrasta.
Por anos a fio segue o dilema. A periferia ou as pequenas cidades acolhem a todos como se formassem uma grande família, com calor humano, alegrias e muitos problemas.