Bondade e Esperança

Vivemos em sociedade. Uma sociedade, cada vez mais, afligida por um vírus de nome “falta de amor” que tem desencadeado uma série de problemas e um caos iminente. Nesta sociedade, a taxa de pessoas que têm depressão ou que já pensaram em se suicidar ultrapassa a metade e se torna a nova “moda”. Estar mal consigo mesmo se torna a nova “onda” do momento. Vivemos em uma sociedade onde tantos padrões de classificação e esteriótipos são postos que a grande maioria desta sociedade sofre por falta de algum fator determinante para sucesso ou agradabilidade. Neste meio em que vivemos, as últimas coisas em questão são a esperança e a bondade. A bondade principalmente, pois o egoísmo e o egocentrismo são tão habituais que não se vê mais demonstrações espontâneas de carinho, boas ações, respeito e outros frutos provenientes de um amor real e conjunto.

Refletindo sobre tudo isso, andando por aí, vi cenas que me trouxeram esperança de que, atentando para pequenos gestos, podemos melhorar nossa qualidade, enquanto sociedade.

Passava pela rua, quando vi uma adolescente com seu bebê, a expressão da tal era triste e distante, revelando um total contraste com a expressão da pequena criança, que sorria, com seus olhos brilhando, atentando-se para o céu claro, um olhar tão contagiante que fez a adolescente triste abrir um sorriso. Quando vi aquela cena, logo me veio do âmago do ser, uma alegria tão grande... Não sabia o porquê, mas já estava rindo e me sentindo bem melhor.

Em outro dia, em um ônibus, fiz uma viagem longa, quase que todo percurso do ônibus. Quase que no meio do percurso, vem um homem – nunca o vi – com um violão em mãos, sua expressão feliz, enquanto que a dos passageiros, fechada... Ele pronunciou as tais palavras: “...Meu nome é Wellington, e venho, pelos ônibus do Rio de Janeiro, com meu violão, fazer minha música, não para ganhos pessoais, mas para, apenas, trazer alguma alegria ou mudar a rotina dos senhores passageiros. Não peço nada em troca, o sorriso de vocês é minha recompensa...”

Vi que o cansaço daquele homem não o impediu de lançar seu repertório no ônibus. Os passageiros começaram sem entender, encarando-o com a mesma expressão fechada, mas, ao longo do processo, vi que pessoas se emocionaram, outras riam, uns até zombavam, mas paravam quando se acostumavam com o homem. Pensei logo que eu nunca faria um trabalho daqueles... Doar-me sem nada em troca... Percebi que eu pensava como a sociedade atual, pensava apenas em meus ganhos próprios, mas não percebia que para vencer o vírus da falta de amor, o segredo era apenas doar o remédio e não pedir algo em troca.

A bondade e a esperança só vão ter espaço em nossas vidas se substituirmos nosso ego por elas, pois são valores um tanto “ciumentos”... Não ocupam o mesmo lugar do ego, da arrogância, do ódio... Pense nisso!

Para mudarmos a sociedade, só é necessário que doemo-nos, que quebremos paradigmas, pois o amor tem uma dose de excentricidade, ele não é roteirizado e não tem padrões, por isso a sua facilidade de ser usado. As pessoas se acostumaram com coisas complexas, por isso não entendem a simplicidade do amor e acabam esquecendo a forma de usar esta ferramenta tão maravilhosa!

Lucas da Silva
Enviado por Lucas da Silva em 13/06/2011
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