Qualidade de vida ou vida com qualidade? - Direito humano nem sempre vivenciado.

Muito se fala, escreve, ou se pensa sobre o tema. Sem a pretensão de chegar a exaustividade, proponho algumas reflexões desenvolvidas sobre suas diversas facetas. Qualidade de vida através dos relacionamentos com a família; consigo mesmo; no mundo do trabalho; nas comunidades virtuais; nas sociedades dos diferentes mundos.

Pensando-se sobre qualidade de vida, em geral têm-se em mente preocupações sobre os desgastes provocados no corpo e mente do indivíduo pelo grande número de horas trabalhadas diariamente, ou efeitos negativos da poluição para a saúde das pessoas, efeito prejudicial das noites mal dormidas sobre o organismo humano, efeitos danosos à saúde dos gazes espalhados na atmosfera, os efeitos cancerígenos resultantes da exposição prolongada da pele humana aos raios solares, ou ainda, os estragos provocados pelos poluentes derramados de forma irresponsável nos pântanos, rios e mares impossibilitando qualquer forma de vida animal nestes ambientes.

Convido-vos a refletir sobre outros aspectos que influenciam na qualidade de vida ou na vida com qualidade a começar pelos relacionamentos familiares.

Qual a qualidade de vida que um bebê pode usufruir se sua mamãe fuma oferecendo-lhe fumaça de cigarro seja no ventre ou nos braços? Tal mamãe não demonstra preocupação em oferecer nenhuma qualidade de ar nem de vida ao seu bebê.

Também não oferece qualidade de vida emocional aos filhos ou filhas, aquele pai que despreza, ou espanca a mãe deles, seja com atitudes ou com palavras duras, gerando morte com palavras ou objetos. Para tal criança, ambos os progenitores são importantes e necessários como exemplo de vida e suporte à sua formação. Nada justifica a pancadaria, ou morte dos sonhos e auto estima através de palavras ofensivas.

Que qualidade de vida, seja emocional ou afetiva, pode desfrutar uma mulher casada ao perceber-se rejeitada pelo homem que, na sua mocidade aceitou como marido, por ter seu corpo envelhecido pelo desgaste resultante da geração de filhos, anos de árduos trabalhos, ou pela diminuição dos hormônios ou feromônio, fato que ela própria, nem sempre percebe, mas sente o reflexo negativo, ao sentir-se rejeitada e invisivel aos olhos do marido.

Dá-se contas do desastre somente ao perceber que a promessa ouvida no altar “até que a morte nos separe”, mudou para: “até que a outra nos separe”, vendo seu marido desprezá-la, humilhá-la e partir em busca de outra com corpo mais jovem e sedutor.

Nenhuma mulher jovem está preocupada com qualidade de vida enquanto vilipendia o direito da primeira esposa permanecer casada, com lar constituído para abrigar seus filhos. Sendo a “outra” tendo um corpo jovem a ofertar, ao "lobo cinquentão" em busca de saciar a fome de carne nova e o desejo de manter acesa a chama de conquistador, ela age de forma egoísta, penando só no momento presente esquecendo-se que um dia também ficará velha, a menos que queira morrer jovem, para evitar esse encontro com a velhice.

Não pensa em qualidade de vida, nem vida com qualidade, um ser humano que brinca com os sentimento alheios através do relacionamento virtual, enchendo de sonhos e esperanças o outro coração que à distancia cria castelos nas areia movediça da traição do espaço virtual.

Torna-se assassino - de sonhos, projetos de vida, autoestima - quem assim procede, agindo de forma irresponsável, criando sonhos em alguns, matando-os em outros, gerando depressão e desesperanças emocionais em alguns, dividindo lares de outros, formando feridas difíceis de serem cicatrizadas, tornando a vida alheia sem qualidade, sem sustentabilidade, numa atitude perversa e irresponsável.

Nenhuma qualidade de vida emocional pode ter as pessoas que sobrevivem prisioneiras de seus medos e fantasmas interiores. Medos da morte, de não conseguir se sobressair em alguma tarefa, medos dos espíritos, medo de ser assaltado, síndromes de pânico, claustrofobia, transtornos bipolares e tantas outras formas de prisões interiores que amedrontam e aprisionam seres humanos acorrentando-os a uma vida sem qualidade.

Não há qualidade de vida ou vida com qualidade, onde criaturas submersas em seu egoísmo, cegas pela desejo de poderio econômico, passam sobre os demais como se fosse um rolo compressor, impedindo-os de exercerem seus próprios direitos à vida, à liberdade de expressão, ao direito à justiça, ao desenvolvimento sustentável.

Fala-se em vencer a pobreza e desigualdades, mas tal não ocorrerá enquanto pequenos grupos sufocarem grupos maiores através da manipulação da mídia, condicionando-os como se fossem os cães dos experimentos feitos por Ivan Petrovich Pavlov - cães que salivavam ao ouvirem o som associado à carne – acorrentados pelo condicionamento clássico do deejo desenfreado.

Seres humanos acorrentados pela sedução, frente às telas de TVs ou computadores, presos ao hábito das cenas eróticas, salivando-se como se fossem os cães de Pavlov, incapacitados de pensarem ou idealizarem em outras necessidades, de reagirem contra tal tratamento desumano. Afrontando ao bom uso de suas capacidades e formação de opinião. Seres que se auto mutilam, acorrentando-se às maquinas em busca do falso prazer, numa busca de satisfação ilusória.

Reflitamos sobre o descalabro das discriminações contra mulheres, praticadas a céu aberto durante os concursos de beleza. Mis Universo, Mis Brasil, Mis cidade, Mis bairro, mis roqueira, mis rodeio, mis qualquer coisa, desde que a beleza física seja o elemento a promover ta concurso.

Concursos que premiam pessoas por serem belas fisicamente, num descaso para com a apilcação dos ditames da Constituição que impõe o direito à igaldade entre pessoas. E beleza não é algo a ser aquilatado nem medido através de um gabarito de prova. Beleza física pela qual ela não contribuiu, não estudou par adquiri-la, não gastou energias para desenvolvê-la. Sendo um atributo que a natureza lhe concedeu gratuitamente pela genética dos progenitores.

Absurda ato discriminatório praticada a céu aberto, contra mulheres com padrão de beleza diferente daqueles ditados pela mídia ou pelo olhar masculino, que estipula medidas em centímetros e tônus de pele, a condição para que alguém nela se enquadre no esquema de beleza estipulado pela mídia e pelo olhar clinico do elemento masculino.

Talvez fosse interessante colocar-se em prática o direito de igualdade entre os generos, abrindo-se concursos para premiar-se a Mis caráter mais íntegro. Ou a Mis que tenha desenvolvido o melhor projeto social para resolver problemas de pobreza na sociedade, premiando-se por exemplo a mulher que oferecer a melhor contribuição para acabar com a pornografia ou pedofilia existente na Internet, o que já sia um grande avanço, ou prmiar-se o melhor trabalho cientifico feito por mulheres sobre: Como tratar os problemas emocionais causados causados pela rejeição em mulheres que vivenciam uniões polígamas, onde o homem tem três ou quatro "esposas" como ocorrem na África ou no mundo muçulmano, e até Brasil, onde a esposa fica em casa trabalhando e o marido a trai com colegas de serviço, de escola, secretárias, ou outras, num novo formato de poligamia sentimental.

Talvez os homens não concordariam em discutir tal assunto ou premiar tal trabalho cientifico! Absurdo, não é mesmo?

Onde está a aplicação dos direitos humanos à igualdade, quando se premia uma mulher por ser mais bela em relação a outras poucas, e cala-se, quando o assunto é sobre os traumas causados às esposas pela rejeição praticada pelos maridos, que rejeitam e desprezam mulheres mais idosas ou com padrões de belezas diferentes daqueles desejados pelos homens?

E as demais mulheres que não tiveram a mesma sorte de nascerem belas aos olhos masculinos, não tem seus direitos humanos iolados defraudadas em seus direitos humanos de igualdade? Qual a participação da mídia na manutenção deste descalabro sobre os direitos humanos da mulher? Como pensar em igualdade e qualidade de vida, quando se vê meia dúzia de mulheres consideradas mais belas do mundo, sendo financiadas para viajarem e desfrutarem do bom e do melhor indo para outros países, ganhando muito dinheiro simplesmente porque são mais belas do que milhares de outras com padrões de belezas abaixo do desejado pelo mundo masculino.

Existem muilhares de estudantes que batalham, passam fome e por vezes desistem de seus estudos por não obterem uma bolsa de estudos, dadas às dificuldades impostas para ser contemplada com alguma das poucas possibilidades existentes. Enquanto isto milhares de reais são investidos em concursos de beleza que visam aumentar a audiência das emissoras que transmitem tais concursos. O ser humano feminino é usado para alavancar o aumento da audiência nem sempre é o elemento mais valorizado. A mulher sente-se alegre em ser usada como animação de auditório, para alavancar audiência, apenas pelo corpo que tem, e nada de seu intelecto e interior é valorizado.Se houver um acidente e tais mulheres perderem o "bumbum", nunca mais serão lembradas, pois nada mais nelas era valorizado. Que contribuição estarão deixando para a sociedade, além de alegrarem os olhos de meia dúzia de homens sedentos por contemplar um corpo nu? Em que a pobreza mundial foi melhorada por mostrarem mulheres bels e nuas nas TVs? Acaboaram com efeito estufa? Melhoraram o aqueceimnto global com tais apresentações?

Discorrer sobre qualidade de vida ou vida com qualidade é importante, porém, de pouca validade será enquanto tais descalabros continuarem sendo praticados, sem que as mulheres ergam a bandeira de luta e ação para colocar ponto final em práticas que aviltem seus direitos humanos à um viver com qualidade independente de ser ela bela ou não, ser jovem ou estar amadurecida.

Vida com qualidade é um direito a ser conseguido e vivenciado independente de ser bela ou jovem, é um direito do ser humano. A Mulher é um ser humano, nem sempre tratada como tal, mas o é, e deve portanto, lutar por seus direitos de igualdade na prática para obter vida com qualidade e vienciar qualidade de vida integral, não apenas enquanto são belas e estão no frescor da juventude, pois, até a juventude passa.

nana caperuccita
Enviado por nana caperuccita em 09/06/2011
Reeditado em 09/09/2011
Código do texto: T3024645
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