Pós - modernidade e escravidão - Reciclar ou morrer.

Na era conhecida como pós – modernidade, liberdade é o ápice das preocupações, o anelo mais profundo da maioria dos viventes.

O anseio por não sentir-se preso a nada, governado por nada e ninguém. Sentir-se livre do patrão, do relógio de ponto, do trânsito, das responsabilidades diárias sejam elas com os afazeres domésticos, responsabilidades advindas do casamento, educação de filhos, o compromisso em manter aspecto ilibado, ou a construção de uma carreira profissional adequada às necessidades.

Urge refletir, sobre a essência da liberdade que se deseja, impacto social e responsabilidades na nossa própria vida ou sobre o tipo de escravidão a que se expõe acreditando ser liberdade. Engana-se aquele que se sente livre apenas por dizer: “Sou livre, faço da vida o que quero”, “sou livre para comprar e usar a marca que desejo”, ou “sou livre para applicar meu dinheiro no modismo que desejar”.

No entanto, outro tipo de escravidão continua campeando entre os diferentes mundos na atual sociedade, sem que dele se dê conta a grande maioria das pessoas. Tornan-se escravas em pleno século vinte e um. Trata-se da escravidão interna.

Um mal que trava o indivíduo por dentro e do qual ele só consegue libertar-se ao aceitar a força divina sobre sua vida e caráter, não há corrente nem cadeados visíveis para serem abertos pelo lado externo.

Quem já ouviu alguém dizer: “Eu sou assim e não mudo, em mim ninguém manda”. Ou poucos minutos a seguir a mesma pessoa, sair cheirosa após um banho gostoso, acender um cigarro, dar uma tragada e soltar aquela rajada de fumaça mal odorosa por todos os furos e poros, e, aparentemente feliz da vida, naquele estado de escravidão e poluição, dizer: “Sou livre, financio meu vicio, pago pelo que consumo e ninguém tem nada com isso”. Falsa idéia de liberdade.

Pobre coitada, tal pessoa, está escravizada, por correntes invisíveis à boca e aos bolsos. Situação diferente da situação vivida pelos escravos no período colonial, que as tinham apenas aos pés. Os escravos do vicio, entre os quais o cigarro tem-na à boca e ao bolso, e no caso de uma mulher grávida que fume, prejudica seu bebê ao oferecer-lhe fumaça desde o ventre, escravizando seus feto ao vicio contra sua vontade, violando o direito da criança ao ar puro.

Outros sentem-se livres mesmo sendo escravos de um gênio violento. Pensem nas histórias de maridos que se gabam por ter mulher obediente. Quando na realidade às mantém na obediência às custas de muita pancada, ou pressões psicológicas. São homens escravos de seu mau gênio e creem-se livres. Não conseguem dizer uma palavra de amor, algo construtivo para o bem, somente para o mal, não se libertam do hábito de fazer maldade ao semelhante que não consideram semelhante, e sim inferior.

O que dizer do indivíduo que se escraviza ao consumismo de produtos enlatados chamados de “músicas”, cuja necessidade é criada pelo agressivo e perverso marketing comercial, que o acorrenta ao vício do consumo do desnecessário sem controle próprio, criando - lhe a sensação de que faz parte de um grupo seleto ao adquirir um CD da moda, que em geral é apenas a reprodução da mesmice produzida na semana anterior em tonalidade distinta. Repetição retumbante, muitos dos quais ecoam como latas vazias, sem harmonia, sem contraponto, sem melodia agradável.

Muitos destes lixos ditos musicais, são exportados de países onde não conseguiram fazer sucesso, e importados por aqueles cujo desconhecimento da tradução e significado nem sempre saudáveis, os impedem de fazer seleção do conteúdo a ser importao e vendido.

É tempo de reciclar para a vida. Reciclar a maneira de entender a vida, reciclar hábitos, substituindo os maus por outros melhores e mais construtivos. Substituir o mau gênio por um modo de vida sustentável, que contribua para melhorar o ambiente e o dia a dia do semelhante.

Reciclar as latas usadas é importante, como também o é não poluir os rios e mananciais, mas, não se pode estacionar neste patamar da reciclagem. É mister reciclar o material que se envia para dentro do cérebro para não poluí-lo com lixos cantados ou falados. É imprescindível não poluir a mente das crianças ao nosso redor com palavras e cenas obscenas.

Para que as crianças vivam e cresçam em um mundo melhor, é fundamental que os adultos reciclem suas ações, evitando maus exemplos que deformarão os moldes a serem seguidos pelas crianças das gerações futuras.

Quem mata o sonho de uma criança de poder usufruir de um mundo sem violência, está lhe impedindo de construir o seu mundo livre, está lhe impedindo de participar com todo o seu potencial para a construção de um mundo melhor. Não basta falar em qualidade de vida e reciclagem, é mister praticá-la nos pequenos detalhes, para não ver morrer: sonhos e oportunidades de verdadeira liberdade para que as gerações futuras possam ser livres de verdade, não apenas ilusoriamente.

nana caperuccita
Enviado por nana caperuccita em 09/06/2011
Reeditado em 15/06/2011
Código do texto: T3023788
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