Solidariedade da cidade
Solidariedade da cidade
Em qualquer cidade do Brasil, a classe dos heróicos bombeiros desenvolve um trabalho silencioso e laborioso que vai além das páginas dos jornais, que só exaltam as atividades relacionadas a grandes incêndios.
Retirada de pessoas presas nos elevadores, no meio de ferragens de acidentes de trânsito, ilhadas por enchentes, presas em escombros, afogados nas praias e outras adversidades cotidianas não ganham espaço na mídia. Nem cinco linhas no rodapé da última página.
E nos grandes centros urbanos constantemente engarrafados, a luta destes soldados torna-se mais desgastante. Mas a população reconhece o valor desta classe. Ao contrário das autoridades do escalão superior do Estado.
No Rio de Janeiro, no início de 2011, alguns integrantes desta valorosa categoria iniciaram movimentos pacíficos pela cidade para denunciar suas penúrias e solicitar um diálogo no sentido de discutir as melhoras imediatas para que o estafante trabalho possa ser desenvolvido com a qualidade que sempre destacou a corporação.
Mas a insensibilidade do gerente maior, passeando por Paris, não permitiu que as portas fossem abertas para tal diálogo. E num momento de desespero maior por não serem ouvidos por quem gerencia os deficientes serviços públicos prestados (apesar de extorsivos impostos), invadiram o próprio QG levando familiares para mostrar que sofrem as mesmas adversidades que o resto do povo do qual fazem parte. Acabaram sendo expulsos do local com brutalidade e acusados de “criminosos”. E detidos como malfeitores traficantes de drogas. Enquanto os bandidos portando fuzis e canetas (intimamente ligados) permanecem livres eliminando aqueles que atravessam seus caminhos sujos.
Pensamos que crime é o uso da máquina pública a favor de lucros eleitorais. A falta de escolas, hospitais, segurança, estradas adequadas, impostos desviados e burocracia massacrante compõem o elenco de “maldades” que os arrecadadores praticam com cinismo enquanto distraem o povo com sessões de BBB. Enquanto a obra do Maracanã orçada em mais de R$ 500 MI se aproxima de R$ 1 BI (e deve chegar a R$ 2 BI), as áreas sociais estão caindo aos pedaços. Ainda estão de pé por dedicação daqueles que recebem 3 ou 4 vezes menos do que valem.
Está na hora do povo mostrar que não aceita mais a posição de tirania e desprezo que nossos dirigentes praticam contra nós, transformando o “ESTADO” em nosso inimigo.
Apoio aos Bombeiros do RJ já!
Cada motorista que passar em frente ao Palácio (cheio de mordomias) do Governador entre 8:00 e 22:00 (respeito aos moradores do local) deve buzinar no trecho de quase 200 metros da edificação para indicar que está ao lado daqueles que em silêncio velam por nós apesar das deficiências materiais e da falta de reconhecimento dos que comandam nossos destinos sem responsabilidade, sabedores que a Lei(?) lhes concede todas as escapatórias ainda que seus atos danosos sejam registrados por câmeras indiscretas.
Motorista de taxi: pergunte ao passageiro se ele permite que você use a buzina.
Vamos torrar o saco com calma, daqueles que torram nossa alma!
Haroldo P. Barboza – Vila Isabel / RJ
Autor do livro; Brinque e cresça feliz.