Homofobia em Pauta: Polêmica Desnecessária.

A Homofobia é o tema de maior repercussão na mídia. O veto da presidenta Dilma Rousseff ao kit “Escola sem Homofobia” gerou controvérsias e ataques de ambos os lados: o que são a favor e os que são contra a cartilha e os vídeos que o Ministério da Educação pretendia distribuir em 6 mil escolas. Precisamos fazer uma análise cuidadosa e até mesmo rever o conceito de o que vem a ser uma pessoa homofóbica. Outra coisa que devemos levar em consideração é a crença religiosa e a formação católica-cristã de nossa sociedade.

Repudio qualquer tipo de preconceito, que e em nossa sociedade não são poucos, mas esse maniqueísmo que as organizações LGBT’s estão promovendo não faz nenhum sentido. Numa democracia, todo e qualquer cidadão pode se posicionar contrariamente a qualquer prática que ele considere, por motivação cultural, educacional, religiosa, etc, errada. Se uma pessoa evangélica, por exemplo, diz que o homossexualismo é contrário as leis de Deus, não podemos classifica - lá como homofóbica. Ela apenas está agindo dentro da lei, se posicionando de acordo com suas convicções religiosas.

A bancada evangélica está sendo execrada pela mídia, isso é errado e possui tendências preconceituosas. A sociedade em si não aprovou a cartilha e apelidou-a de “kit-gay”. Até porque não foi consultada. Faltou ao MEC levantar algumas questões: Será mesmo que confeccionar tal kit e gastar milhões do dinheiro público resolveria a questão da homofobia? Será que colocar uma ONG dirigida por homossexuais para elaborar tal kit não seria tendencioso? Será que os professores, mal remunerados, e as escolas, mal estruturadas, teriam condições de aplicar devidamente esse material? Seria a homofobia dentro do âmbito escolar o problema maior de nossa “maltrapilha” educação?

Sou professor há apenas 4 anos e nunca presenciei nada que considerasse uma atitude hostil aos homossexuais. Claro que um garoto gay é chamado de “veado”, uma menina lésbica recebe a alcunha de “sapatão”, porém da mesma forma o gordinho é chamado de “baleia”, o negro de “macaco” e quem usa óculos é “quatro olhos” e o que usa aparelho ortodôntico é o “boca de lata”. Nada que seja uma perseguição específica, focada em um segmento. Toda diferença serve para que “brincadeiras” de mau gosto e nomenclaturas pejorativas surjam aos montes. Preciso seria focar o ensino da ética, do respeito ao ser humano em sua totalidade. O que falta em nossa sociedade, e isso reflete em nossa juventude, é integridade. Uma campanha voltada para a cumplicidade entre cidadãos seria mais eficiente e abrangeria todas as minorias que se sentem discriminadas.

A educação precária de nosso país nunca foi encarada como prioridade. Os profissionais de educação são vítimas desse sistema que desprestigia e desqualifica a produção intelectual e cultural. Não basta aos professores ter que “se virar nos trinta” para poder repassar os seus conteúdos didáticos, devem eles também ser orientadores no que diz respeito à sexualidade de seus alunos? Esse papel deve ser da família, competência dos pais, que podem ser auxiliados por psicólogos, figuras que não encontramos nas escolas públicas. O material que a ONG Pathfinder elaborou, sobretudo os vídeos, foram sim apologéticos. No vídeo que tem por título, Probabilidade, e que trata da bissexualidade, diz que o bissexual tem 50% de chances a mais de encontrar alguém pra se relacionar, colocando isso como uma ampla vantagem.

A presidenta foi correta ao vetar o “kit gay”. Porém tudo isso poderia ser evitado se um conjunto de fatores, dentre eles os acima citados, tivesse sido avaliado com prudência. O Ministro Fernando Haddad, com sua postura “nada sei” “nada vi” tem acumulado muitas lambanças em sua gestão. Quem aqui esqueceu a trapalhada do vazamento das provas do Enem? Milhões foram pelo ralo à baixo na ocasião, e agora com a suspensão do material contra a homofobia e sua possível reelaboração, mais grana do povo foi torrada em vão. Eis o motivo de não se investir maciçamente na educação: pra que a população continue ignorante e não critique com tenacidade a incapacidade dos nossos políticos em gerir o patrimônio público. O velho jogo de cartas marcadas. Abre o olho cidadão!

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T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 28/05/2011
Reeditado em 21/05/2012
Código do texto: T2999289
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