Realista demais
Estou sentado diante do meu PC e aos pouco vou tecendo um texto que às vezes dá pra rir e pra chorar. Entanto, faço vê-los não ser de bom tom nem de caráter profissional, um cronista de jornal andar vendendo gato por lebre, ganhando pelo fabrico de pão novo servindo pão dormido.
Lentamente vou tecendo e a madrugada chega enlutecendo o mundo de escuridão. Mas de costume, só me resta tecer e tentar mais uma vez diminuir a insuperável distância entre eu e meus semelhantes que me leem.
Quanto ao dormir, costumo sempre ler algo nem que seja uma linha, mas leio. Na minha cama, porém vale ressaltar que uma rede branca me desperta mais pensamento luxuriosos e concupiscentes. O líquido que muito eu apreciava e que hoje não faço mais desse vício era beber nos finais de semana uma cerveja honestamente gelada, fazendo exceção a um tinto de boa cepa, francês, italiano, espanhol, chileno. Cultivo muitos defeitos, aos montões. E quem não tem? Atirem a primeira pedra. Embora todos sejam de inofensiva pequenez. De qualidades sou parco e uma minguada conta bancária.
Não sou nem sequer exigente comigo mesmo. Alguns leitores que me leem, mandam-me efusivas mensagens indagando o porquê das minhas crônicas tristonhas, gravebundas, sorumbáticas, logo eu que um dia já fui tão mais alegre, mas a vida nos pregas muitas surpresas. Perdi meu porto seguro, meu norte, meu rumo, a direção, pois meu pai era tudo e logo partiu. Mas aos poucos no PC vou descrevendo minha singularidade de pessoa. E já cansado da hora, tenho que ainda reler o que escrevi e com sinceridade d’alma, não percebo tanta amargura assim. Mas sou otimista, mas nem tanto, afinal moro no Brasil. Sinto-me um realista, preocupado com a vida, embora o coração insista em me convencer do contrário, pois o coração tem razões que a própria razão desconhece.