A tragédia do Realengo e a estupidez humana
“ Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes” ( Marquês de Sade)
Toda perda é dolorosa, choram os pais, choram as mães, os demais familiares, os amigos. Quando fatos como esse, pela sua exagerada proporção, chegam a mídia são capazes de comover um país, tal é o tamanho do impacto causado.
Doze crianças assassinadas brutalmente, mais treze crianças hospitalizadas, algumas em estado grave. Um saldo macabro fruto da ação deliberada de um ser humano.
Às oito horas da manhã do dia 07 de maio de 2011, apenas mais um dia letivo na Escola municipal Tasso da Silveira, onde mais 400 crianças estudavam naquela hora, um sinistro visitante Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, entra nesse ambiente e provoca uma tragédia sem precedentes e, por fim, extermina a própria vida.
Tamanha é a perplexidade causada por atos dessa natureza que nos deixa aturdido até mesmo para fazer uma reflexão. Por quê? O que levaria um jovem de 23 anos a agir de forma tão desumana, a demonstrar com atitudes um desprezo tão grande por seus semelhantes? A levar sozinho o desespero e tragédia a tantas pessoas.
E as vítimas, em sua maioria crianças entre doze e treze anos, nos fazem indagar sobre o sentido de tamanha desventura, de estarem ali naquele momento, de perderem suas vidas assim tão jovens, de terem seu futuro interrompido de forma tão trágica?
Nada parece fazer sentido, nenhuma explicação plausível. Não se vislumbra nada que pudesse ter sido feito para evitar a tragédia.
Fala-se em medidas preventivas, policiamento, controle na venda de armas, mas sejamos sinceros a única coisa capaz de interromper efetivamente o que aconteceu seria uma decisão de seu autor.
Se quando ele decidiu fazer o que fez, ao lado de suas razões, seus motivos e suas ponderações ele pudesse vislumbrar o sofrimento que causaria a seus semelhantes e, se isso não fosse suficiente, vislubrasse o sofrimento que causaria a seus próprios familiares.
Estupidez pode se referir a uma dificuldade notável em compreender as coisas, falta de entendimento ou uma insensibilidade para com uma verdade moral.( Wikiquote)
A falta de compreensão das coisas, de suas consequências para si e para os demais explica boa parte de acontecimentos dessa natureza. Descartando os problemas causados por transtornos psiquiátricos que isentam de responsabilidade, todos os demais de uma forma ou de outro denotam uma porção considerável de estupidez.
Nossa visão materialista nos propõe a achar que com sua morte Wellington inteligentemente escapou de qualquer possibilidade de se responsabilizar pelos seus atos. Repugna a razão tamanha injustiça.
Tudo aconteceu pra nada. Vidas inocentes foram ceifadas. Um assassino foi o responsável por tudo, mas está morto, e o mundo segue em frente. O sofrimento durará um tempo e daqui a alguns anos tudo não passará de mais um episódio lamentável da odisseia humana.
Parece-me que há algo maior oculto na história de cada um dos envolvidos nessa tragédia. Vínculos invisíveis que não podemos compreender olhando tão somente os fatos. Questões como de onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Imploram por respostas que atualmente são encontradas na religião.
Cada uma, é verdade, nos traz uma explicação diferente, mas inegavelmente cada uma atende uma parcela de seres humanos que se satisfazem com elas. Mas, a meu ver, o momento exige respostas mais satisfatórias do que a tradicional dicotomia entre céu e inferno.
A ética de nossas atitudes em relação a nossos semelhantes necessita de uma base sólida, respaldada no conhecimento profundo da natureza de nossas existências. No porque estamos aqui, no sentido da vida, no sentido da morte. Acredito que partes da resposta estão contidas em cada tradição religiosa, em cada filosofia existencial, mas que há muito ainda para se conhecer.
É necessário e urgente que encontremos respostas satisfatórias para o sofrimento humano e que possamos contribuir verdadeiramente para minimizar a estupidez humana que tantos sofrimentos causa.
Existe uma ligação entre fatos da natureza dos que estamos tratando aqui, protagonizados por um ser que se encontra num grau de estupidez absurdo e a estupidez de todos nós que nos satisfazemos tão somente em horrorizarmo-nos com os fatos, mas que pouco fazemos para compreendermos sua natureza.
Resta-nos, por hora, solidarizarmos com o sofrimento de nossos semelhantes, rezarmos para que nada igual aconteça conosco e para com os nossos, buscarmos força para sairmos da letargia, procurarmos respostas para esses grandes questionamentos e comprometermo-nos com nossos semelhantes e conosco mesmos para diminuirmos o impressionante grau de nossa estupidez.
O inferno existe sim, é aqui, e as labaredas mais cruéis que nos chamuscam usam como combustível nossa mais aguerrida companheira: a estupidez humana!
“ Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes” ( Marquês de Sade)
Toda perda é dolorosa, choram os pais, choram as mães, os demais familiares, os amigos. Quando fatos como esse, pela sua exagerada proporção, chegam a mídia são capazes de comover um país, tal é o tamanho do impacto causado.
Doze crianças assassinadas brutalmente, mais treze crianças hospitalizadas, algumas em estado grave. Um saldo macabro fruto da ação deliberada de um ser humano.
Às oito horas da manhã do dia 07 de maio de 2011, apenas mais um dia letivo na Escola municipal Tasso da Silveira, onde mais 400 crianças estudavam naquela hora, um sinistro visitante Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, entra nesse ambiente e provoca uma tragédia sem precedentes e, por fim, extermina a própria vida.
Tamanha é a perplexidade causada por atos dessa natureza que nos deixa aturdido até mesmo para fazer uma reflexão. Por quê? O que levaria um jovem de 23 anos a agir de forma tão desumana, a demonstrar com atitudes um desprezo tão grande por seus semelhantes? A levar sozinho o desespero e tragédia a tantas pessoas.
E as vítimas, em sua maioria crianças entre doze e treze anos, nos fazem indagar sobre o sentido de tamanha desventura, de estarem ali naquele momento, de perderem suas vidas assim tão jovens, de terem seu futuro interrompido de forma tão trágica?
Nada parece fazer sentido, nenhuma explicação plausível. Não se vislumbra nada que pudesse ter sido feito para evitar a tragédia.
Fala-se em medidas preventivas, policiamento, controle na venda de armas, mas sejamos sinceros a única coisa capaz de interromper efetivamente o que aconteceu seria uma decisão de seu autor.
Se quando ele decidiu fazer o que fez, ao lado de suas razões, seus motivos e suas ponderações ele pudesse vislumbrar o sofrimento que causaria a seus semelhantes e, se isso não fosse suficiente, vislubrasse o sofrimento que causaria a seus próprios familiares.
Estupidez pode se referir a uma dificuldade notável em compreender as coisas, falta de entendimento ou uma insensibilidade para com uma verdade moral.( Wikiquote)
A falta de compreensão das coisas, de suas consequências para si e para os demais explica boa parte de acontecimentos dessa natureza. Descartando os problemas causados por transtornos psiquiátricos que isentam de responsabilidade, todos os demais de uma forma ou de outro denotam uma porção considerável de estupidez.
Nossa visão materialista nos propõe a achar que com sua morte Wellington inteligentemente escapou de qualquer possibilidade de se responsabilizar pelos seus atos. Repugna a razão tamanha injustiça.
Tudo aconteceu pra nada. Vidas inocentes foram ceifadas. Um assassino foi o responsável por tudo, mas está morto, e o mundo segue em frente. O sofrimento durará um tempo e daqui a alguns anos tudo não passará de mais um episódio lamentável da odisseia humana.
Parece-me que há algo maior oculto na história de cada um dos envolvidos nessa tragédia. Vínculos invisíveis que não podemos compreender olhando tão somente os fatos. Questões como de onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Imploram por respostas que atualmente são encontradas na religião.
Cada uma, é verdade, nos traz uma explicação diferente, mas inegavelmente cada uma atende uma parcela de seres humanos que se satisfazem com elas. Mas, a meu ver, o momento exige respostas mais satisfatórias do que a tradicional dicotomia entre céu e inferno.
A ética de nossas atitudes em relação a nossos semelhantes necessita de uma base sólida, respaldada no conhecimento profundo da natureza de nossas existências. No porque estamos aqui, no sentido da vida, no sentido da morte. Acredito que partes da resposta estão contidas em cada tradição religiosa, em cada filosofia existencial, mas que há muito ainda para se conhecer.
É necessário e urgente que encontremos respostas satisfatórias para o sofrimento humano e que possamos contribuir verdadeiramente para minimizar a estupidez humana que tantos sofrimentos causa.
Existe uma ligação entre fatos da natureza dos que estamos tratando aqui, protagonizados por um ser que se encontra num grau de estupidez absurdo e a estupidez de todos nós que nos satisfazemos tão somente em horrorizarmo-nos com os fatos, mas que pouco fazemos para compreendermos sua natureza.
Resta-nos, por hora, solidarizarmos com o sofrimento de nossos semelhantes, rezarmos para que nada igual aconteça conosco e para com os nossos, buscarmos força para sairmos da letargia, procurarmos respostas para esses grandes questionamentos e comprometermo-nos com nossos semelhantes e conosco mesmos para diminuirmos o impressionante grau de nossa estupidez.
O inferno existe sim, é aqui, e as labaredas mais cruéis que nos chamuscam usam como combustível nossa mais aguerrida companheira: a estupidez humana!