O QUE FAZ O PRECONCEITO...
Conta-se que um rapaz que estivera na Guerra do Golfo fora enviado de volta a casa. Seus pais, multimilionários, moravam em Nova York, porém, ele não fora direto para lá. Viajara ao Texas e, em Dallas, se hospedara num hotel.
Ligou para casa e sua mãe, uma esnobe dama da alta sociedade, ficou muito alegre quando ouviu a voz do filho, e lhe perguntou onde ele estava.
Após informar, ele completou:
- Mamãe, eu trouxe um amigo, alguém muito querido que salvou minha vida na guerra.
Ela lhe disse:
- Ora, meu filho, traga esse amigo querido para cá. Ele será muito bem recebido. Venham logo!
Ele suspirou fundo, e lhe disse:
- Mamãe, há um problema. Este meu amigo, por minha causa, perdeu uma perna e um braço.
Então, percebeu que ela mudara o tom de voz, a empolgação como que desapareceu, quando ela lhe disse:
- Meu filho, mas um aleijado, como iremos cuidar dele?
- Mamãe, ele salvou minha vida, não tem ninguém, está só no mundo...
- Meu filho, não dá para interná-lo em um abrigo para deficientes?
- Mamãe, isto está fora de cogitação, ele morrerá de solidão...
- Mas, meu filho, e se alugássemos uma casa, colocássemos alguém para cuidar dele?
- Mamãe, ele precisa ficar comigo... Estragou sua vida por minha causa... Uma cadeira de rodas em nossa casa não será problema...
- Meu filho, pense bem no transtorno que irá causar à sua mãe. Depois, seu pai também não irá gostar, sabe como é, um estranho em casa; pense na possibilidade que sugeri. Façamos o seguinte: falarei com seu pai e amanhã iremos até aí com um de seus aviões.
- Sem meu amigo eu não posso ir, disse o rapaz, e desligou o telefone...
No dia seguinte, à tarde, chegaram ao hotel que o filho havia informado. Verificaram na portaria, souberam que, no dia anterior, aquele jovem mencionado havia se atirado da janela de seu quarto no décimo andar do prédio e morrera na hora. Seu corpo estava no necrotério da cidade.
Para lá se dirigiram e, quando se depararam com o cadáver do filho, verificaram que ele não tinha uma perna e um braço...
Sua mãe caiu num choro convulsivo, só então compreendeu que seu filho estava sondando seu íntimo antes de aparecer mutilado à sua frente.
Ela, naquele momento desejou morrer, todavia, não fosse o preconceito...
Lendo a notícia de que só em São Paulo mais de vinte gangues perseguem negros homossexuais, já havendo várias mortes, fiquei deveras alarmado.
O preconceito é algo que impressiona ainda nos dias de hoje.
E não é só no Brasil que o preconceito impera. Na Europa, América do Norte, em países ditos como do primeiro mundo, é um absurdo o que se vê. Negros, homossexuais, são discriminados acintosamente...
Virou moda em partidas de futebol, na Europa principalmente, jogar bananas aos jogadores negros em campo, num claro ato de racismo.
Mas, o interessante não é só o preconceito racial que existe. Temos visto muitos portadores de necessidades especiais serem discriminados por pessoas que parecem ter ojeriza deles, como se fossem portadores de doença contagiosa.
Infelizmente, ainda vai demorar um tanto para que as pessoas preconceituosas, de um modo geral, cheguem à conclusão de que também são de carne e osso, vão morrer, seus corpos vão apodrecer (quando não acontecer isso ainda em vida), que de nada adianta repelir o semelhante, apenas porque ele tem esta ou aquela deficiência, esta ou aquela cor da pele, esta ou aquela preferência sexual...
Enfim, de que adianta beleza física, dinheiro, posição social, títulos nobiliárquicos, se tudo acaba com a morte?
Então: digam o porquê do preconceito...
Até quando?