DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Neste oito de março, além do carnaval, expressão máxima da cultura popular brasileira, comemora-se também o dia internacional da mulher e sua evolução no contexto social. Portanto, não poderia deixar essa data em branco, afinal, o que seria do mundo e do nosso carnaval sem as mulheres? Mas, não vou enveredar aqui pelos campos da poesia, isso deixo para os poetas, pretendo apenas chamar atenção para alguns fatos históricos envolvendo as mulheres.

O movimento feminista, com origem no século XVIII na Europa Ocidental com o advento da Revolução Industrial, só foi possível graças ao fenômeno do Iluminismo, base para a ascensão do capitalismo. Cabe observar que lutadoras do movimento feminista como Mary W. Montagu e a Marquesa de Condorcet notadamente faziam parte da alta burguesia, portanto, detentoras do capital. No Brasil, o primeiro nome a se destacar nessa linha de pensamento é Nísia Floresta Augusta, que atuou como educadora, tradutora, poetisa e que viveu boa parte de sua vida na Europa, também pertencente à burguesia brasileira.

Com a expansão do capitalismo e o surgimento do proletariado, nasce outra expressão política, o Socialismo ou os chamados partidos de esquerda que necessitam de colaboradores para aumentar suas fileiras e ao mesmo tempo abre espaço para as reivindicações femininas, como o direito ao voto, e que naturalmente ia de encontro aos anseios dessa nova expressão política.

Hoje se celebra com tanto orgulho as conquistas das mulheres como: independência financeira e o direito de trabalhar fora, liberdade sexual e assim por diante.

Mas que conquistas são essas?

Veja bem, a mulher conquistou o direito de trabalhar mais, ou seja, trabalha fora e ainda trabalha em casa, salvo algumas exceções, o salário que ganha tem que repartir com a empregada, não sobra tempo nem para acompanhar o crescimento dos filhos. A tal liberdade sexual não passa de utopia, pois a própria sociedade assim o determina. Alegam que a introdução de anticoncepcionais foi uma conquista do feminismo. Ora! Isso foi apenas a evolução das ciências médicas e a exigência dos países desenvolvidos, preocupados com o aumento da população mundial.

Outra coisa que podemos observar é o preconceito de classes. No Brasil, por exemplo, Leila Diniz foi um símbolo da liberdade sexual, mas, isso só ocorreu por ela integrar a elite, os jornais e suas colunas sociais flertavam com suas extravagâncias constantemente, se Leila Diniz pertencesse à classes sociais inferiores, seria apenas mais uma “vadia” da Orla Carioca.

Na verdade, a mulher foi apenas um elemento utilizado pelo capitalismo para manipulação das massas na ânsia de auferir cada vez mais lucros aos detentores dos meios de produção, e essas grandes mulheres contribuíram e muito para que isso acontecesse, não sei se de forma consciente, mas contribuíram.

A grande conquista foi do sistema capitalista. Analise comigo: quando as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho recebiam apenas o equivalente a um terço dos salários destinados aos homens porque os burgueses alegavam que elas tinham quem as sustentasse, ou seja, se o homem ganhasse 100,00 reais ela ganharia em torno de 35,00 reais. Por outro lado, como a demanda por postos de trabalhos aumentou, verificou-se a redução de um terço dos salários oferecidos aos homens, isto é, o homem passou a ganhar em torno de 65 reais. Moral da história: o sistema passou a contar com duas mãos-de-obra pagando apenas um salário 65,00 + 35,00 = 100,00 reais.

Isso nos leva a concluir que essas supostas conquistas são apenas artimanhas do sistema para manter bem lubrificada a máquina do lucro com o aumento do consumo. E, em nome do desenvolvimento da sociedade humana, o que vemos hoje, são mulheres e homens reféns do capital em detrimento da estrutura familiar, o que contribui efetivamente com o aumento da violência e a falta de perspectivas de um futuro melhor.

Las Vegas
Enviado por Las Vegas em 02/03/2011
Reeditado em 30/01/2015
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