A PRÓXIMA DÉCADA
Fico imaginando como estará o mundo daqui a dez anos. O mundo não. Queria saber como estará o Brasil, como estará o meu estado, a minha cidade. Como estará a minha rua daqui a dez anos. Como eu estarei daqui a dez anos.
Claro que saber não dá. Impossível. Mas acho que dá para presumir e então faço um exercício de suposição e imagino que daqui a uma década o Brasil esteja muito mais evoluído. Se continuar como tem sido nos últimos dez anos, as questões sociais estarão bem melhores, com as diferenças sócio-econômicas ainda menores. Menos gente passando necessidades. Quem sabe a miséria absoluta tenha sido extirpada.
Claro que as questões tecnológicas terão avançado muito. Nem consigo imaginar tudo que virá de novidades tecnológicas em uma década. Alguns novos remédios terão sido desenvolvidos, como para tratar o câncer, por exemplo. E continuará sendo acessível inicialmente apenas aos mais favorecidos economicamente. Nesse aspecto não imagino grandes mudanças.
Espero – sem contar com isso – que o capitalismo, paulatinamente, vá ficando mais inteligente, menos avarento e que o governo vá conseguindo melhor administrar os conflitos entre o capital e o trabalho e tenhamos efetivamente melhorias no equilíbrio social.
Nas relações humanas, sociais, familiares, fico com medo. Se continuar essa corrida pela individualidade, cada um se preocupando somente consigo, penso que o computador vai substituindo a companhia humana. Na última década, a televisão ocupou o espaço das conversas familiares, do diálogo. Agora chegou a vez do diálogo real, frente a frente, ser definitivamente substituído pelas relações virtuais.
Também a educação me faz refletir muito. A cada dia a educação está mais mecânica, sem aquela coisa humana, aquele calor afetivo, com as questões vocacionais de um lado e o respeito e a disciplina do outro, nas relações entre alunos e professores. Apesar de toda a tecnologia que vai sendo colocada a disposição, temo pela diminuição das relações e com isso a educação como um todo, regrida. Temo muito pelo mercantilismo absoluto da educação e toda crueldade que isso nos fará. Se a educação deixar de ser algo social e passar a ser algo mercantil, domado pelo capitalismo, será o início da degradação absoluta.
Mas tomara que eu esteja errado e que as relações humanas, sejam na escola, nos lares, nas esquinas ou nos clubes, e mesmo empresas, evoluam tanto quanto tenho certeza que evoluirão as questões tecnológicas. A lógica, contudo e lamentavelmente, diz que não. Muitos dos valores morais nas relações já se perderam na última década e a tendência, se não houver um freio, é que a degradação dos valores ao caráter, a disciplina, ao reconhecimento, a gentileza, ao cumprimento “dos combinados” vá tomando corpo e se transformando em algo normal, novo, coisa do “hoje em dia”.
Se as crianças de hoje, continuarem sendo “criadas” nas creches, nos jardins, por “tias” e estranhos, sem a segurança, o conforto e o afeto materno, os jovens da próxima década terão valores bem diferentes, com mais e mais distúrbios emocionais. Por conseqüência, mais problemas nas relações e nos valores humanos, numa decadência humana e seus predicados que muito haveremos de lamentar.
Certamente eu lamentarei, outros tantos que já experimentaram códigos éticos diferentes, também venham a estranhar e até a sofrer, contudo, para os jovens de daqui a uma década, esses valores de que falo agora, já sejam outros. E até o romantismo, a fraternidade, o respeito e outras coisas bobas dessa ordem, já não façam mais falta, já sejam coisas unicamente de um passado retrógrado.
E assim tudo ficará por conta do “hoje em dia”, chocando somente as opiniões das diferentes gerações.
Fico imaginando como estará o mundo daqui a dez anos. O mundo não. Queria saber como estará o Brasil, como estará o meu estado, a minha cidade. Como estará a minha rua daqui a dez anos. Como eu estarei daqui a dez anos.
Claro que saber não dá. Impossível. Mas acho que dá para presumir e então faço um exercício de suposição e imagino que daqui a uma década o Brasil esteja muito mais evoluído. Se continuar como tem sido nos últimos dez anos, as questões sociais estarão bem melhores, com as diferenças sócio-econômicas ainda menores. Menos gente passando necessidades. Quem sabe a miséria absoluta tenha sido extirpada.
Claro que as questões tecnológicas terão avançado muito. Nem consigo imaginar tudo que virá de novidades tecnológicas em uma década. Alguns novos remédios terão sido desenvolvidos, como para tratar o câncer, por exemplo. E continuará sendo acessível inicialmente apenas aos mais favorecidos economicamente. Nesse aspecto não imagino grandes mudanças.
Espero – sem contar com isso – que o capitalismo, paulatinamente, vá ficando mais inteligente, menos avarento e que o governo vá conseguindo melhor administrar os conflitos entre o capital e o trabalho e tenhamos efetivamente melhorias no equilíbrio social.
Nas relações humanas, sociais, familiares, fico com medo. Se continuar essa corrida pela individualidade, cada um se preocupando somente consigo, penso que o computador vai substituindo a companhia humana. Na última década, a televisão ocupou o espaço das conversas familiares, do diálogo. Agora chegou a vez do diálogo real, frente a frente, ser definitivamente substituído pelas relações virtuais.
Também a educação me faz refletir muito. A cada dia a educação está mais mecânica, sem aquela coisa humana, aquele calor afetivo, com as questões vocacionais de um lado e o respeito e a disciplina do outro, nas relações entre alunos e professores. Apesar de toda a tecnologia que vai sendo colocada a disposição, temo pela diminuição das relações e com isso a educação como um todo, regrida. Temo muito pelo mercantilismo absoluto da educação e toda crueldade que isso nos fará. Se a educação deixar de ser algo social e passar a ser algo mercantil, domado pelo capitalismo, será o início da degradação absoluta.
Mas tomara que eu esteja errado e que as relações humanas, sejam na escola, nos lares, nas esquinas ou nos clubes, e mesmo empresas, evoluam tanto quanto tenho certeza que evoluirão as questões tecnológicas. A lógica, contudo e lamentavelmente, diz que não. Muitos dos valores morais nas relações já se perderam na última década e a tendência, se não houver um freio, é que a degradação dos valores ao caráter, a disciplina, ao reconhecimento, a gentileza, ao cumprimento “dos combinados” vá tomando corpo e se transformando em algo normal, novo, coisa do “hoje em dia”.
Se as crianças de hoje, continuarem sendo “criadas” nas creches, nos jardins, por “tias” e estranhos, sem a segurança, o conforto e o afeto materno, os jovens da próxima década terão valores bem diferentes, com mais e mais distúrbios emocionais. Por conseqüência, mais problemas nas relações e nos valores humanos, numa decadência humana e seus predicados que muito haveremos de lamentar.
Certamente eu lamentarei, outros tantos que já experimentaram códigos éticos diferentes, também venham a estranhar e até a sofrer, contudo, para os jovens de daqui a uma década, esses valores de que falo agora, já sejam outros. E até o romantismo, a fraternidade, o respeito e outras coisas bobas dessa ordem, já não façam mais falta, já sejam coisas unicamente de um passado retrógrado.
E assim tudo ficará por conta do “hoje em dia”, chocando somente as opiniões das diferentes gerações.