95 FM - Um sonho de volta
Conforme amplamente divulgado, em agosto do ano passado a Rádio 95FM, com sede em Nilópolis, foi fechada.
Foram 15 anos de pleno funcionamento com forte apelo popular e verdadeira parceria com a população local ignorados pelas autoridades que deveriam ouvir mais a voz do povo que tinha na emissora uma oportunidade de se fazer ouvir.
A 95FM manteve o compromisso social. Formou novos profissionais e estreitou as relações entre população e autoridades. Tudo isso num clima de alegria e cordialidade.
Sustentada por pequenas doações financeiras, ainda assim oferecia ao publico ouvinte uma programação própria com informação, entretenimento e, principalmente, amplificação da voz do cidadão.
Gente comum como Tarcisio Campos, Grazy Coutinho, JC, Guilherme Luck, Andréia Magalhães, Marcos Abreu, Alex Carioca entre tantos foram vozes que ficaram no coração dos muitos amigos ouvintes.
A determinação de suspender nossas transmissões não só decepcionou os colaboradores da emissora, também deixou órfãos ouvintes, que para a 95FM não representavam números no IBOPE e sim gente que a cada dia assumia suas funções como agentes de transformação social.
Foram 15 anos. Repito 15 anos em que batemos na porta do Ministério das Comunicações. 15 anos em que acreditamos que a construção de um país soberano e amplamente democrático passava pela "Reforma Agrária no Ar". 15 anos que vivemos a expectativa de sermos parceiros de uma sociedade mais justa. 15 anos de parceria com vários ministérios. Mas também 15 anos de silencio deste mesmo Ministério que resultou numa ação rápida da ANATEL e Polícia Federal que, em menos de quarenta minutos, jogou "literalmente" numa cela fria um trabalho sério e promissor.
Mas como disse a nossa nova Presidenta, Dilma, vivemos num país em que "Vale a pena sonhar e acreditar nos sonhos".
Mas mesmo assim, estamos retomando o sonho chamado 95FM. Alberto Silva, Cosme Moreno, Pedro Paulo Pereira, Alan Soares e Ubirajara Oliveira. Cinco Brasileiros que sonham e acreditam no Brasil, decidiram começar das cinzas e retomar o duro trabalho de reconstrução.
Uma nova ONG vai surgir. Um novo pedido de outorga vai ser proposto e mais uma vez estaremos a disposição da população da Baixada Fluminense e do Brasil.
E alguém que lê este texto pode perguntar: "Por que?".
Porque a dureza da Lei, não vive cada sorriso daqueles que fazem parte dos 15 anos em que vivemos próximos de cada cidadão que tiveram e terão mais uma vez, a oportunidade de amplificar sua voz e fazer valer seus direitos. E, finalmente, porque o Brasil é o país dos brasileiros.