Não é de hoje que existe uma indústria não organizada para se conseguir o seguro desemprego, trabalha-se certo tempo até que se tenha direito ao seguro, faz-se um acerto, muitas vezes em conflito com o empregador e obtém o benefício, e de emprego em emprego se vive metade do tempo útil para o trabalho, as expensas do governo.
É uma coisa legal do ponto de vista jurídico, mas notadamente imoral e que mina os recursos públicos profundamente, tornando o seguro incapaz de prover a vida dos que realmente trabalham bem intencionados, e encontram-se desempregados.
Vejam o exemplo de um entrevistado numa rede de TV, que disse estar desempregado, recebendo o beneficio, e que agora durante o verão não lhe era interessante aceitar nenhum trabalho, estando ele de férias.
Quer dizer, há trabalho para quem está desempregado, mas é mais interessante receber o seguro e gozar férias relativamente em paz, sem os contratempos de ter que aceitar ordens de patrões e cumprir horários em pleno verão.
Sem entrar no mérito da questão, cada parte tem suas razões para agir desse ou daquele modo, na minha modesta opinião as pessoas que agem usufruindo de maneira abusiva de um beneficio, deveriam ser punidas de alguma maneira, afinal o seguro desemprego foi criado para ajudar e não para servir de ponto de partida para que pessoas de má intenção façam uso inadequado, lesando as divisas de um país.
Já não bastam aqueles que ao conseguem um emprego, que tem em mente num futuro próximo levar os patrões aos tribunais para receber isso ou aquilo, e que tudo fazem para que suas estratégias escusas dêem certas e que dispõem de advogados que só fazem isso, devido a ser uma causa lucrativa, agora temos esta modalidade de lesão, daninha como a outra, mas que afeta não só a área privada como a estatal no que tange a sugar recursos que deveriam ter outros fins?
É de se abrir os olhos, porque se um humilde escritor como este que vos escreve teve esta percepção, o que dirão os homens que comandam a economia deste país? Se faz parte da cultura do país o jeitinho, há que se ter em mente de que mesmo o governo tendo muito dinheiro, a cada dia os trabalhadores desempregados aumentarão em proporção bem maior que os empregados, conseqüentemente uma hora o caixa não vai agüentar, se pelo menos alguma porcentagem do que está desempregado não voltar a trabalhar, parece óbvio que o seguro desemprego está por um fio, e o jeitinho continua, embora rumores de que medidas severas estão sendo estudadas.
 
Malgaxe