A DoEnÇa gera doença
*Joacir Soares d’Abadia
A doença... Ela perfaz a fraqueza humana? Na doença a vida ganha sentido. Sofrer sabendo que sofre é humano. Só o homem tem consciência de sua enfermidade.
Não é fraqueza humana a doença. A fraqueza humana é a manifestação do exercício de sua capacidade racional; é, não somente! A fraqueza humana é todo o utensílio que o homem cria para lhe manter vivo.
A grandeza do homem é sua racionalidade? Jamais! Não pode excluir sua existência. Porque o homem existindo é que pode utilizar de sua racionalidade.
O que é a doença, então?
É uma pausa. Não o fim. É uma pausa para o fim. Um descanso para o corpo e um remédio para a alma. Ela é o que não existe sem sua manifestação. Enquanto a pessoa não descobre que está enferma ela não estará enferma? O certo é que sua doença não foi manifesta.
O descobrir a doença gera doença. A partir daí a pessoa cai enferma. Ela se vê em uma pausa, a qual lhe indica uma aproximação do fim. Temerosa, se reconhece frágil; sem alento. Entregue a si mesma. Desprotegida!
Diz o Dr. Antônio Marques que “ao cairmos doentes, confrontamo-nos com os valores culturais e, na maioria das vezes, uma crise interna se instala”, uma vez que da doença “ninguém escapa, pois ela faz parte da evolução humana”.
Olhando a pessoa para sua força esgotada, depara-se necessita não mais de ver despontar sua grandeza, até porque neste momento ela também se mostra como que limitada ao simples refletir a respeito do presente, antes precisa ganhar forças definitivas, capazes de lhe dar esperança. Ela recorda-se de Deus, sua única esperança. Sente-se protegida e esperançosa de saúde, porque a doença dá a Deus para a pessoa enferma. Assim, para o médico “A ‘doença’ tem a grande missão de salvar a alma, que chegou a um ponto irremediável”.
*Pe. Joacir Soares d’Abadia, pároco de Alto Paraíso de Goiás
Pós-graduando em Filosofia pela FACIBA/IESES
Autor do livro “Opúsculo do conhecer” (Cidadela)
E-mail: joacirsoares@hotmail.com