TRANSFORMAÇÕES

Ah! Não sei como explicar, mas hoje está difícil produzir textos, me falta imaginação, assunto, vontade, enfim sou um estelionatário da palavra quando escrevo algo que penso que não é meu. Hoje, estou muito preso ao computador e vejo que a tecnologia está cada vez mais afastando a caneta do papel. A caneta aos poucos está sendo substituída pelo computador. Mas eu acho que a falta de leitura afasta mais os jovens a leitura dos bons livros, dos “Clássicos”. Quem ler aprende mais e é fundamental para a boa produção da escrita, por isso é importante fomentar a primeira prática aos jovens, para que surga a espontaneidade. Estamos rodeados por uma série de atividades e saberes que estabelecem o novo, o moderno, o modelos globalmente aceitos.

Hoje não se ver mais os encontros nos bares, nas bodegas, mas no supermercado à lan-house superlotados. Sou um sujeito meio chato e meio sem graça por achar ou não achar a vida engraçada, mas desengonçada e sem encantamento, mas muitas vezes deixo meu carro em casa por medo dos assaltos, mas nem mesmo assim me foge o medo. Ando de ônibus, carro, moto-táxi, bicicleta ou a pé. Há muitas coisas que me vêem no momento de escrever esse assunto tão fragmentado, tão arcaico, que com a tecnologia vivemos no mesmo espaço e ao mesmo tempo. As “lans-houses” pontificam incluindo, digitalmente, os que compram mp3 e os carregam com o forró que nos poupam de ouvir, o que não acontece com o “som de carro”.

Muitas coisas aos poucos se fizeram obsoletas devido à tecnologia consumista. No campo dos engenhos de comunicação essa disputa ocorreu no que diz respeito, por exemplo, às invenções do telégrafo elétrico, do telefone, do telégrafo sem fio, do rádio... E, antes de todos, da tipografia. Seis inventores estiveram às voltas com experimentações tipográficas, porém, coube ao alemão Johann Gutemberg a paternidade final. Nascido provavelmente na Alemanha, em Mainz, por volta do ano de 1400, teve de se exilar por questões políticas, transferindo-se para Estrasburgo, aonde viria a se interessar pela gravação de xilogravuras sacras. Em 1436, ligou-se a João Riffe, formando uma empresa à qual, posteriormente, vieram a associar-se André Dritzsehen e André Heilmann.

A sociedade durou pouco, mas pesquisas apontam que todos estiveram envolvidos com a montagem de uma prensa aperfeiçoada, condição necessária para a impressão tipográfica. A técnica de reprodução fotográfica data de 1825, momento em que surge a primeira fotografia, e seu inventor foi Louis Jacques Mandé Daguerre, o inventor do daguerreótipo, nasce em 18 de Novembro de 1787, em Cormeilles, nos arrabaldes de Paris. Hoje, o que mais percebo são mais e mais as pessoas ficarem mais distantes das leituras em livros, distantes das cartas. “Cartas de amor” – As pessoas não estão nem aí para a leitura, em ocupar-se nesta atividade. Acham antiquada ver letras enfileiradas em palavras, frases, em colunas, capítulos ou em volumes. Ninguém quer perder tempo lendo um livro, lendo um jornal. Hoje só pensa em imagens e quanto maior, melhor, imagens digitais, telas de TV, que mais plana melhor e também computadores cada vez mais sofisticados em formato LCD. Mas também existem aqueles de imagens pequenas como os Ipode, mp4, mp5 e etc. É um sopão de imagens e muito distante das letrinhas – Onde vamos parar com tanta tecnologia? Demonstra aqui cousas saudosista.

Sou às vezes arcaico, retrógrado, avançado demais, por manifestar dotes anti-sociais. Sou um pouco anacrônico, antigo e mais apegado ao crepúsculo do século XX que do despontar do século XXI. Quem iria buscar na tela o passado perdido, o baú de ossos, os cem anos de solidão. Entender na tela Ana Karenina, Madame Bavary, Dorian Gray e seu retrato? Acho um paradoxo, um paradigma: no telão pode dar a luz, mas é o papel que dá a vida. Tudo começou no papel, papiro, pergaminho, pasta de fibra vegetal, pisado, prensado, suporta do sonho, passagem para viagens, etc. Ainda, papel acetinado, argentado, pautado, reciclado, sensibilizado. Papel da China, papel da Holanda, avergoado, feito à mão entre tulipas e canais. Papel da Índia, o da química de sulfito, sulfato, óxido de titânio, papel arroz, papel glacê, papel crepom, papel couchê, papel manteiga, de palha, de linho, papel de seda, papel almaço, papel ofício, heliográfico e também o papel-borrão. A função do papel ainda é muito importante na nossa vida, pois na palavra de quem lê, não há outro papel a desempenhar.

A vida é mesmo um poço sem fundo de contradições. Mas, trazemos traumas da mais longínqua infância ou os pecados juvenis da adolescência gravados a ferro e a fogo em nossa implacável memória e no sofrido coração da gente. Muitas coisas aconteceram e sucessivamente, não sei onde vai parar com criações, de grande valor para a humanidade, mas para aqueles que não acompanham ficam obsoletos e perdidos no tempo e espaço. Veja as grandes invenções que datam de 1760-1780 – Máquina a vapor, Navio a vapor, Madeira – principal fonte de energia (Criaram as condições para a Revolução Industrial); 1820-1840 – Estrada de Ferro, Energia Elétrica; Carvão – principal fonte de energia. (Criação de condições para as populações se deslocarem e transmitir mensagens mais rápidas); 1870-1900 Automóveis; Telefones, Energia Elétrica (Corrente Contínua e Alternada); Petróleo – principal fonte de energia; Comunicações e Transportes mais rápidos); 1930-1950 Transistor, Computadores Digitais, Televisão, Energia Atômica, Radar, Motores a jato – (Grande evolução na velocidade dos transportes, comunicações e novas formas de energia); 1968 Bips; 1969 DDD (Discagem direta à distância); 1971 FAX; 1983 Fibras Óticas e Vídeo Cassete; 1985 Chips; 1988 Agendas Eletrônicas; 1989 Antenas Parabólicas; 1991 Telefones Celulares no Brasil; 1995 Popularizações da Internet; 1996 Câmaras Fotográficas Digital; 1998 Telefones Celulares Mundial.

Gilson Pontes
Enviado por Gilson Pontes em 16/01/2011
Código do texto: T2732894
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