Cidadania e família

Andamos punindo nossos jovens e nos punindo, pelos nossos erros enquanto nos justificamos e dizemos que nossos jovens é que são rebeldes, ambiciosos, sem limites e distantes do amor.

Nós é que transferimos para nossas crianças nossas loucuras de posses, poder e necessidade de Status e criamos adolescentes com problemas de não aceitação.”É sempre preciso ter, para ser”.Não é assim que nós nos comportamos o tempo todo?Correndo atrás de casa melhor, carro melhor, mais dinheiro, dizendo aos filhos que é por eles, quando na verdade é para satisfazer mais nossos desejos de adultos do que as necessidades deles, como crianças.Não é assim que ficamos o tempo todo ocupados para brincar com eles, ou ler um livro?Ou que estamos cansados demais para conversar?

Será que só de bens materiais precisam os pequenos?

Oras, de que adianta ter a casa mais linda do mundo, se não tiver uma família unida e feliz dentro dela?Uma casa, definitivamente não é um lar!

Junto com o sucesso ás custas da falta de tempo para com os filhos e a família, vem o filho rebelde que não respeita as regras da casa, às vezes agressivo e quando não, o menor infrator...

Não estou afirmando aqui, que não existam famílias dedicadas que não tenham encontrado problema dessa natureza, mas posso afirmar que na maioria dos casos, faltou diálogo e limites que deveriam ter sido apresentados desde pequenos, com a presença da família de uma forma mais próxima, onde pudessem permitir que “fossem crianças”(no mais amplo sentido de ser), sem antecipar seu amadurecimento, mas acrescentando á sua vida regras a serem respeitadas.

Ouvi um amigo dizer certa vez, que aquilo que ele achava que os pais dele fizeram errado, ele passou a não fazer, como punições físicas, por exemplo. Concordo. Não devemos ser tão cruéis para que nossos filhos aprendam algumas regras, mas não dá pra deixar que eles pensem que só pq não os castigamos, a vida será benevolente com eles, caso não aprendam respeitar regras e serem ao menos respeitosos com seus semelhantes. É preciso que compreendam enquanto crescem que a punição que lhes impomos é ínfima diante do que a sociedade e a vida podem proporcionar.

Ficar sem um brinquedo é ruim na infância.Na adolescência ser privado de sair é terrível, para um adulto que cumpre pena é o fim de uma vida que poderia ser promissora e passa a ser uma vida a ser recomeçada e que nem sempre é possível.

Precisamos trabalhar para manter o conforto da família, garantir um futuro mais tranqüilo a nossos filhos mas também precisamos aprender a dedicar mais tempo a eles e porque não dizer, também a nós mesmos?

E o que fazer depois de o problema instalado?Procurar ajuda profissional.Um psicólogo para a família, pode ser de grande valia, servindo de interlocutor e auxiliando para que possam entender uns aos outros, suas necessidades.

Não podemos nos esquecer nunca que o amor entre pais e filhos existe desde a concepção e se não parecem se amar em algum momento, não significa que não se amem, mas que estão manifestando seu amor em direções opostas.Um chama a atenção, o outro acha que é afrontamento e o mal entendido acaba rendendo mágoas que na maioria das vezes não tinha razão para existir.

Bem, o fato é que a sociedade é feita de famílias e é nas famílias que se formam os cidadãos, que independentemente de raça, altura, peso ou de quanto cabelo tenham, trarão para a comunidade o que trouxerem do convívio famíliar.

Penso que as famílias precisam de auxílio, de ajuda para compreenderem seu papel na sociedade e qual sua parcela de responsabilidade no que temos hoje e no que esperamos para o futuro. Deixemos de nos importar com coisas, porque no final das contas tudo se resume ao valor das pessoas e ao que elas nos proporcionam em sentimentos.

Deixemos de exigir do governo, de professores e autoridades que façam o que nós, enquanto família, devemos fazer.

Elicia Dock Holtz
Enviado por Elicia Dock Holtz em 11/01/2011
Código do texto: T2723394
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