SOLIDÃO É A AUSÊNCIA DE SI MESMO

“Solidão é a ausência de si mesmo”.

Se outro disse a frase acima antes de mim, então é dele, mas se ninguém a disse, então é minha; porém, se você a descobriu por si mesmo, então é sua. Mas aqui, ela é minha, pois foi a partir da reflexão abaixo que ela nasceu em mim:

Quem sou? Médico, engenheiro, advogado, doutor, bancário, pastor, etc. Quem és? Indigente, drogado, marginal, enfim... Eu sou maior, você é menor. Eu sou alguém, você não é nada.

- Você sabe quem eu sou?!! Disse aquele juiz a...

- Sim; eu sei, mas ajude-me a saber quem eu sou, por favor. Respondeu...

A construção do eu social, ou melhor, por que não falar de sua concepção, gestação e parto? Eu nasci, ainda não sou, serei. Serei o projeto de meus pais, gerido pelo conhecimento acadêmico e inserido no mercado.

Só penso de mim mesmo concretamente pelos olhos do mercado, se eu não encontrar lugar nele, nada serei, nem para mim mesmo nem para os outros. Esse é o princípio da solidão.

Mas a coisa não é tão simples assim, pois até os doutores sentem solidão. A mãe que pare o filho trata também de destruí-lo. A sociedade é um redemoinho, girando, girando, hora estamos na roda, outra hora somos jogados fora dela.

A solidão persiste, porque o homem é insaciável, por isso nunca há o parto do eu, porquanto sempre estará na encubadora, em processo, refazendo-se.

Não tem jeito amigo, falo com você, indigente, drogado, marginalizado, desempregado e solitário. O mundo é dos outros. O que eles querem é inserir você no mundo deles. Eles não lhe têm amor, porque não sabem quem você é.

O eu social vai sendo consumido até o fim da vida. O interessante é que aqueles que alcançaram tudo, sentem-se um nada. Por quê? Porque não há mais projeto de si mesmo.

Pobre, vazio de si mesmo, embora cheio de ouro, títulos e troféus, todavia, por dentro não se deu uma medalha. Sim, recebeu o jogador, o médico, o político, mas não você mesmo.

Afinal, quem é você? Estamos ausentes de nós mesmos, porque não sabemos quem somos. Seja o destruído pela mãe (sociedade), seja os que estão em processo, ou até mesmo aqueles que alcançaram tudo no mundo.

Perceba, existem graus de solidão, e a ausência de si mesmo é o último grau, que resulta no suicídio.

Conheça Jesus, e saberás quem és.

Quem eu sou? Sou como um pássaro, desfruto da terra, cuido do jardim, nada mais.

Nossa essência, você tem história própria, tem cultura própria, você é um mar de conhecimento em si mesmo. Todos temos algo que dar e contribuir. O conhecimento é uma soma e não uma repartição que nos isola e define. Você é humano, isso basta.

Basta! Não sou teólogo, nem pedagogo, nem escritor, sou filho de Deus em Jesus Cristo, a imagem de Deus, que mais ainda quero?

Obs.: Não sou contra o conhecimento acadêmico, mas critico a definição do ser por meio dele, é isso que a sociedade faz.

NATAN VIANA
Enviado por NATAN VIANA em 09/01/2011
Reeditado em 19/07/2020
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