Dia da infâmia

O ataque da força aérea japonesa a Pearl Harbor na manhã de 7 de Dezembro de 1941, foi resultado de uma conjuntura de decisões imprudentes e inconseqüentes. Não enumerando atos porque o ato de maior repercução foi o ataque em si, mas acho que a figura humana se sobrepôs a tudo, porque tudo dependeu e aconteceu como aconteceu por determinação e ação de alguns mandatários japoneses.
Homens como o peso morto Imperador Hiroíto, que entregou os destinos da nação a seus generais megalomaníacos, general Tojo Hideki chefe de gabinete imperial, Almirante Yamamoto, que apesar de ser contra ataques aos EUA, não usou a sua autoridade de comandante da marinha para evitar o ataque. E o principal de todos eles o Almirante Chuichi Nagumo, que levou 23 vasos de guerra com 360 aviões torpedeiros para as cercanias de Pearl Harbor, e os fez despejar sem aviso, deliberadamente, toneladas de bombas carregadas de morte e destruição, sobre indefesos navios e homens nas ilhas do Havaí.
Divididos em duas levas os aviões Nakajima e Zeros da força aérea japonesa não foram seletivos em seus ataques por isso ao final tinha Pearl Harbor imagem semelhante à Hiroxima e Nagazaki quase 4 anos depois, na mais flagrante retaliação retardada da história da civilização, e tal qual Pearl Harbor, Nagazaki desapareceu numa linda manhã.
44 navios afundados ou danificados, 349 aviões destruídos em terra e o pior de tudo 3581 mortos ou feridos, Pearl Harbor, tingiu de vermelho o oceano Pacífico tanto que despertou a ira de um gigante adormecido, como temerariamente declarou dias mais tarde um alto oficial do império do sol nascente.
Com certeza não procuraram culpados entre os oficiais japoneses para levá-los a julgamento no final da 2ª guerra, porque ao contrário dos nazistas que foram aos montes aos bancos dos réus, os japoneses oficias de sua majestade praticaram haraquiri, para não pagarem por seus crimes, e ao contrário daqueles tinham um mínimo de vergonha em suas faces.
Quando o Enola Gay, bombardeiro B52, da USAF, carregou e conduziu a bomba de urânio para ser jogada sobre Hiroxima, cidade japonesa, ia a seu bojo a esperança dos militares americanos de que este impacto os fizesse esquecer o dia da infâmia, mas o que se seguiu foi uma tragédia que nem o coração mais machucado desejaria como vingança, mais de 150 mil mortos nos impactos sobre Hiroxima, a primeira bomba e Nagazaki, a segunda cidade atacada.
Até hoje se especula se era mesmo necessária a matança, do ponto de vista militar, os ataques nucleares foram conseqüência do dia da infâmia e que foi um mal necessário para que fossem poupadas mais vidas, caso a guerra tivesse sequencia.
Do ponto de vista civil, uma matança semelhante à nazista em Auschwitz-Birkenau, e que, portanto passível de julgamento como em Nuremberg.
Mas se hoje fosse esta decisão tomada, porque em 1945 o calor da vitória não permitia, onde iríamos buscar os responsáveis para punir?
Com certeza a punição post-mortem não ressuscitaria nem os carrascos nem as vítimas, nem traria alívio para dores tão antigas e com caminho aberto para a eternidade, mas serviria de alerta para que outros mandatários considerem a morte por punição um pretexto convincente para não praticarem mais tais atos repulsivos, e que tanto marcam com dor a nossa civilização.
 


Malgaxe
 

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Enviado por Malgaxe em 06/12/2010
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