Durante estes últimos anos o governo do Rio de Janeiro vem combatendo a violência em duas frentes, uma é procurando promover políticas sociais com as Unidades de Policias Pacificadoras (UPPs) e a outra é através da violência, ou seja, estão entrando nos morros e matando para depois perguntar se o morto é bandido ou cidadão de bem. Infelizmente, muitos moradores inocentes das comunidades carentes estão sendo mortos pela policia. O governo “deixou de lado a policia de inteligência” para o enfrentamento dos bandidos a céu aberto, ignorando as pessoas de bem que moram nestas localidades, são tiroteios a todo momento e salve-se quem puder.
Certamente, esta política de violência adotada pelo governo começa a surgir efeito contra a própria sociedade carioca indistintamente. Os bandidos estão aterrorizando não somente os moradores das comunidades, mas toda população do Rio devido ela também ter apoiado tal política.
Durante este atual governo, não sei se é correto dizer que a sociedade teve uma sensação de segurança, pois os noticiários foram sempre recheados de crimes, de arrastões, no entanto como a atuação do governo foi partir para o confronto, talvez a manchete nem foi tanto, pois durante alguns anos quem matou foi mais a policia. No entanto, o crime foi se organizando e procurando outras formas de enfrentar a policia e hoje estamos vendo o resultado neste Estado que se encontra numa guerra civil.
Não sou especialista no assunto, mas acredito que nem precisa ser para analisar e deduzir que a melhor forma de diminuir a violência que se instalou no Rio de Janeiro passa por dois fatores importantes; um certamente é continuar a fazer um trabalho social pacificando as comunidades, ou seja, o Estado sendo presente com políticas sociais, culturais e de educação promovendo assim os cidadãos das comunidades, projeto este que é em longo prazo. O outro é a policia de inteligência, ou seja, através de uma policia de inteligente prender os lideres criminosos sem shows de pirotecnia da policia, matando pessoas inocentes. Às vezes fica nítido que a população das comunidades têm mais medo do Estado que dos bandidos, tamanha violência que o Estado tem imprimido, matando pessoas inocentes juntamente com os criminosos.
Se por um lado, o governo agindo com uma política violenta procura inibir o crime, por outro, o crime está usando o terrorismo para criar a sensação de insegurança de toda população carioca como também está manchando a imagem do Rio de Janeiro para o mundo, num momento que o governo procura vender uma imagem de que o Rio é uma cidade segura, no entanto as cenas falam por si só.
Atribuir-se que toda esta onda de terrorismo é ordenada de condenados que cumprem penas em presídios federais não é bem verdadeira, realmente, podem sair alguns comandos de lá, no entanto, é muito prematuro atribuir toda esta onda de terrorismo a eles, pois se assim fosse, há muitos outros condenados de alta periculosidade e comandantes de facções do crime de diversos Estados cumprindo pena nestes presídios e no entanto, o que está ocorrendo no Rio de Janeiro é uma situação localizada.
Em suma, é muito triste vermos pela mídia ao ponto em que chegou o Rio de Janeiro. Um Estado maravilhoso, bonito por natureza, de um povo ordeiro e prestativo, porém vivendo nesta guerra civil que parece não ter fim, apenas tréguas.