Verdugos

No transcorrer do caudaloso rio da vida, muitos foram os verdugos que tributaram, inconscientemente suas estadias no lugar distante e, mais contrário ao céu possível, de a nós seres humanos ser compreensível.

Algozes, fomentaram desejos insasiáveis, de prazeres doentios, insanos e inaceitáveis. Carrascos em suas existências imundas, deceparam valores morais e éticos, enterraram sonhos e esperanças de seres que cruzaram seus caminhos.

De vidas em vidas, deixaram rastros sanguinários e chegaram a nossa atualidade, vinculados pelas trilhas marcadas, vincadas pelo mesmo descarrilhamento de suas mentes desconexas.

Pode-se encher balaios de verdugos, que habitam fisicamente o mesmo espaço que nós seres humanos. Desumanos e humanos popularizando os mesmos lugares, coabitando, procriando as suas miscigenações. Junção oriunda de sentimentos torpes, ações imundas e atos fétidos.

Serial de sortilégios que funda sociedades defeituosas, depressivas,amedrontadas, incrustradas em casulos de desconfiança, medo, pavor...

Os verdugos que existiram, os que existem e os que certamente ainda existirão, fazem a vida atual o caos. Reinam absolutos sentimentos frios. Olhares perdidos. Tristeza mórbida. Descontroles cotidianos. Lágrimas viciantes, vazio interior, e inquietações mórficas desastrosas.

Agora eu pergunto...Porque?

Porque o ser humano se desumaniza a cada tempo, em qualquer espaço, a cada ação ou ausencia da mesma?

Será aqui o lugar que mais se distancia do que acreditamos ser o céu?

Será aqui o lugar onde menos reina a presença que tanto esperamos encontrar e ter conosco em toda a fase de nossa existencia?

Bem, particularmente eu penso que nada mais a não ser a ausencia de Deus justifica a barbárie dos verdugos em nosso meio. Os verdugos são a materialização dos atos inconsequentes de um ser que não evolui, que não se aperfeiçoa, que não procura se encontrar com o seu criador e mestre.

O verdugo habita no íntimo de cada um de nós seres humanos dotados de uma inteligência que nos permite usufruir de um livre arbítrio consciente e favorável a nossa perpetuação, a perpetuação de nossa espécie como humanamente divinos ou divinamente humanos.