Falta um mês e um dia para o Natal
Como gostaria que tudo fosse como quando criança lembro-me que algumas frutas ou alguns doces só podíamos comer nesta época.
Lembro-me que meu pai ganhava uma cesta simples de natal, mas que nunca faltava o pêssego em calda, o panetone, e a cidra, que naquela época era apenas SERESER, não tínhamos Espuma de prata ou Peterlongo... Nem os Cavas Finca Alegre.
Era maravilhoso ver o natal chegar.
No SBT, que antigamente se chamava TVS, passava desenho e filmes sobre o natal o mês inteiro, lembro que o canal fazia contagem regressiva para a chegada do Papai Noel.
Tinha um desenho, que não cansava de assistir, “A rena do nariz vermelho” era um cervo lindinho, mas que possuía um narizinho vermelho era um desenho maravilhoso.
Passava Xuxa na noite de natal, ficava encantada diante de tantas coisas bonitas que mostrava na televisão, fora a cidade que a noite era um arco Iris, pois ficava linda e iluminada por diversos tons de luzes.
Minha mãe arrumava a casa inteira, comprava roupas novas para mim e meus irmãos, e arrumava nossas camas com lençóis novos, era lindo ver chegar esta época do ano.
Teve um ano que meus pais levaram eu e meus irmãos para uma loja, que se fossemos ver hoje, pareceria uma loja de um real, e nos falaram para escolher os brinquedos que gostaríamos de dar para os filhos de um amigo do meu pai, escolhemos bonecas de plástico, fogão e armários de cozinha, meu irmão foi naqueles carrinhos de plástico, um de policia, um fusquinha e um de bombeiro.
Meu pai trouxe este saco grande para a casa, e guardou, mas nunca achamos que fosse para nós.
E no dia de Natal foi uma surpresa ganhar aquilo que havíamos escolhidos com tanto carinho e uma ponta de inveja para outras crianças, até que percebi que faltava meu fogão e minha irmã reclamou de seu armário de cozinha e meu irmão do tal carrinho de bombeiro.
Meu pai nos chamou a atenção e disse que se não dormíssemos o Papai Noel não iria vir e trazer os tais brinquedos. Dormimos e no dia seguinte cada brinquedo estava ao nosso lado no travesseiro, foi muito bom ver que o Papai Noel tinha levado nossos presentes.
Sabe durante anos estas cenas se repetiram, e eu vi que a magia que meus pais depositavam nesta época para nós fazia crescer um sentimento único, um sentimento que fizesse com que eu hoje mostre aos meus filhos a importância do amor durante o ano inteiro, pois meus pais eram moleques como os filhos, meu pai vai fazer 50 anos agora, e minha mãe 54, tínhamos quatro e cinco anos nesta época descrita acima, então eles tinha em média 20 e poucos anos.
E hoje ensino meus filhos igual ao que faziam, e ensino que o Papai Noel pode lhe trazer o presente que for, mas que o mais importante é à base do Natal, que é estar com a família, passar a ser mais humilde e poder sempre, não só nesta época, mas o ano inteiro ajudar alguém, pois por mais feliz que eu esteja em estar com meus filhos e família, à felicidade não será a mesma, sabendo que tem outras pessoas de minha família ou até da minha vizinhança precisando de alguma coisa.
A minha base de vida é a solidariedade, mesmo o pouco que possuo, pode ser muito para alguém menos abastado.
O Natal é uma data que pede solidariedade, sejamos solidários um com os outros, e no próximo ano, adotemos uma postura diferente para com o próximo.
Que em sua mesa não falte nada, e que seu coração transborde de alegrias e bênçãos do céu.