Vai tchutchuca!
Ontem postei um artigo, através do qual falei sobre a influência da música entre os adolescentes, fazendo um comparativo que outrora as mulheres eram chamadas de coisa mais linda, cheia de graça, atualmente são conhecidas por tchutchucas, cachorras, piranhas e etc. Esses são alguns dos rótulos que a turma do funk deu a nossas meninas. E sabe o que é pior, elas ainda obedecem aos comandos que as desmerecem. Há uma crise de identidade no meio das mulheres, pois elas já não gostam de ser chamadas de princesas, lindas, gatas e outros elogios piegas. O lance é ser chamado de vadia, popozuda, safada e outros apelidos depreciativos.
Nos bailes, o pancadão rola e os MC’s falam o que querem das mulheres. Pior, as próprias mulheres do funk não se dão o respeito. Veja só esse trecho de um funk cantado por um grupo de mulheres:
“Eu vou pro baile, eu vou pro baile
Sem, sem calcinha
Agora eu sou piranha e ninguém vai me segurar
Daquele jeito!”
Gente é exatamente isso que elas cantam. E com orgulho. A declaração soa como um grito de libertação, mas na verdade é um grito de desvalorização. Não podemos concordar que chamem nossas meninas de cachorras e etc... Precisamos assumir uma postura de defendê-las e assim gerar uma resistência aos que insistem em minimizar a mulher e torná-la um simples objeto sexual.
Não estou aqui apregoando moral, mas creio que tem que haver pelo menos o mínimo de decência, pois crianças são expostas a esta pornografia escancarada, explícita. As pessoas nem mais percebem o que ouvem e o que cantam! Perderam completamente o senso estético, ético, moral, comunitário, sem falar que estas músicas são de uma pobreza cultural sem precedentes.