Vamos praticar o desapego?
Costumo dizer que a nossa vida é feita de duas fases: pré-casamento e pós-casamento.
É incrível como o casamento faz parte da nossa história, eu diria até que é um foco onde de alguma forma ou outra, acabamos sendo guiados até ele, onde qualquer idéia, passo, caminho, acaba nos levando até ele.
O pré-casamento é um mundo de sonhos, onde tudo parece ser possível, onde as possibilidades de ser feliz são infinitas e todas elas parecem nos levar a um lindo conto de fadas… Onde acreditamos estar vivendo um grande amor, onde acreditamos ter encontrado a nossa alma gêmea, vivendo uma intensa paixão e em cima disso, pensar em construir uma família feliz. Durante a paixão, onde os sonhos ainda fervem e estão sendo construídos, tudo é lindo, não enxergamos mais nada, ficamos cegos ou passamos a enxergar só o que queremos ver… Ficamos surdos, onde só ouvimos o que queremos ouvir e onde o bom senso e a realidade parecem não fazer parte de tudo isso, pois tudo o que possa por em risco esse sonho, é totalmente ignorado, mesmo que seja verdade e é aí onde os primeiros erros passam de alguma forma, despercebidos, para não dizer ignorados, até porque ninguém parece sequer cogitar qualquer possibilidade que os faça pensar que o seu sonho não está saindo como o planejado e assim, o tempo vai passando, os erros se mantendo e aí a velha frase de apego: “Já estamos dois anos juntos, já entreguei tanto… não posso ignorar isso”… aí vira 3, 5, 10 e só piora…
Nesse momento já entramos no pós-casamento, onde já existem filhos e só depois disso que percebem que o casamento já não é o mesmo, que não era o que esperavam, mas acham que não podem se separar até que seus filhos criem certa maturidade, onde não sintam a separação e isso não atrapalhe seu rendimento nos estudos ou lhes traga algum tipo de trauma. O problema é que os filhos crescem, aí vão surgindo outras desculpas que acaba prendendo-os a relação, na maioria dos casos, insegurança ou medo do que outros venham a pensar… claro, pois preferem viver infelizes desde que, satisfaçam a vontade do povo e assim, acabam não vivendo a sua própria felicidade e ao se manter em tal relação, acabam vivendo em um mundo enclausurado, de angustias e apegos, onde acabam procurando algum refugio, como uma segunda vida e na maioria dos casos, vícios, como navegar na internet, buscando outras relações e por aí vai… Em meio a esse filme que há tempos vem se reprisando em nossa sociedade, acho que devemos abrir mais os olhos e enxergarmos o que realmente procuramos… o que realmente é importante, o que realmente nos faz feliz… Está na hora de esse ciclo ser quebrado, vocês não acham? Está na hora de dar o primeiro passo, pois essa, é a vida de vocês e o que vem depois ainda é incerto por tanto, vivam o que está em vocês e sejam felizes…
Ps. Não é novidade que o casamento para a mulher, é muito mais importante para a mulher do que para o homem, onde fantasiam isso desde pequenas em seus tempos de boneca… Então eu penso assim, acho que toda mulher merece sim realizar esse sonho da melhor forma possível, junto a alguém que ela goste, esteja apaixonado e que a faça viver esse conto de fadas real e acho também, não só a mulher, mas também nós homens, devemos aprender a nos desapegar de posses e laços, sabendo aproveitar ao máximo bons momentos e sabendo reconhecer quando eles acabam, até para que eles sejam guardados como boas lembranças e não passarem a ser moldados de forma negativa.
Ps2. Não acredito no casamento... Através dele, eu vi as mais conveniências e os mais variados egos serem chamados de amor.
(Loucuras de Mili)