Despedida informal...
--- Dá um beijo na Clarinha por mim...
--- Pode deixar,..., dou sim!
Este simples diálogo em uma simples despedida numa simples viagem de ônibus, entabulada por duas pessoas anônimas, das quais nem vi as faces, levou-me a uma reflexão...
Efetivamente, quantos seguem 'ao pé da letra' a solicitação/recomendação de um interlocutor e, literalmente consumam o ato de beijar/abraçar o 'paciente da encomenda' ao encontrá-lo?
Esta demonstração de 'querência/amizade' efetuada por outrem, assim como uma grande maioria de outras demonstrações/atos de envios de votos de 'bem querença, amizade...' foram, gradativamente, sendo relegadas a solicitações de somenos importância, não sendo tomadas como fator relevante pelo eventual transmissor/executor!
Sou réu confesso! Quantas e quantas vezes já recebi incumbências de repassar beijos, abraços, alôs que, 'pura e simplesmente', olvidei...
Analogamente, também me pego no ato de, ao despedir-me de algum interlocutor, entoar: 'Um abraço!'.
Poxa! Se estou 'frente a frente' com a pessoa amiga da qual estou me despedindo, qual a razão que me impede de não envolvê-lo num 'forte amplexo' ao invés de somente vociferar o 'recado'?
À guiza de defesa, revelo que já tentei enveredar por este caminho e não obtive boa receptividade. Alguns permaneceram estáticos, braços pendentes junto ao corpo, com ar estupefato, sem esboçar qualquer reação...
Coisas de 'falta de tempo', coisas de 'falta de sensibilidade', coisas de 'alienação', coisas de 'deseducação' ou simplesmente, coisas 'do modernismo vigente'