Sex mature*

Nunca a sexualidade recebeu tanta importância gráfica em termos de expressão e ao mesmo tempo espanto: então a vida com seu ritual erótico de satisfação e reprodução chega a falta de limites? Tem-se a lei. A lei tem por base a santificação religiosa do homem e da vida, portanto o homem que exerce a lei é imaculado. O sexo consensual deixa de ser um marco para repressão da lei. Ela decide que o amor tem tempo e madureza especificada. A lei quer conter a alma antes, durante, e depois da vida. Basicamente tornou-se um ato de coragem discorrer sobre “liberdade” e “libido”. No entanto toda a progressiva massa de sensualidade é empregada para nos convencer de que a liberdade “existe” e que devemos desfrutar desse direito, portanto manter com sentimento um profundo relacionamento paralelo entre sexo e liberdade humana. A internet tornou-se o principal paradigma.

Talvez a primeira perversão tenha se dado quando passamos da fase tribal para o contexto simbólico de reino. Em ambos podemos verificar a condição da “liberdade plena” entregue a um líder, este representante da maioria com ou sem consenso. O líder tribal e o rei se assemelham neste sentido. Ambos com o passar do tempo foram odiados, pois como poder absoluto se desenvolveram quase todas as expressões de excesso contidas na sexualidade humana, hoje atualizada. Não que o homem tenha sentido aversão a tal liberdade, sempre sonhada, mas por desejar também em pé de igualdade tais direitos.

Atualmente o indivíduo carrega na alma todos os elementos de quem possui a promessa da sexualidade livre, quer dizer, sem repressões sociais sobre o instinto básico; só alcançável através da riqueza ou delito. O alívio da escravidão é a riqueza. A fortuna é o fundamento da liberdade. É através dela que se viola sem precedentes o magnetismo das necessidades íntimas. É impossível compreender ou falar de sexualidade sem levar em consideração tais fatores históricos. Mas de fato são obscurecidos dentro do discurso rápido dos meios de informação que preferem “soluções de aniquilamento” sobre a liberdade proposta. Somos então vítimas de um suborno que passa do convite cínico à liberdade. Resta então ao povo certa ojeriza à discrição como grito profundo de exterioridade sobre o objeto íntimo. A demonstração da realidade pelo escândalo dentro do teatro da sexualidade humana, ou seja, vejam como isto é natural. Como todos nós partimos desta mesma condição que a noção dos artifícios deseja afastar, coordenar, e, finalmente banir na condição de pecado. A condição de pecado rapidamente elevada à condição de crime. Esta fomentada pelo juízo rápido dos meios informativos de massa.

Quanto mais pune e proíbe mais acumula nessas águas a fissura das comportas e arquivos. Quanto mais cega, mais se desnuda. Quanto mais massacra e encarcera obscuramente mais explode na simples e primitiva sexualidade humana. Tudo apenas objetivando ser natural, reentrando na condição da natureza fácil, e que antes de tudo primordialmente, era grátis.

Recordando que antes da palavra falada e escrita o homem exerceu a sexualidade legatária da civilização atual sem noção de ligação com a reprodução humana. É útil para compreensão da repressão que tentam exercer estudar profundamente a escravidão como força produtiva relacionando-a com as condições miseráveis de vida em contraste com a dinâmica estética da sexualidade dos privilegiados. O gozo pleno da liberdade injusta de um opressor sobre as populações, o desejo latente desse mesmo poder no indivíduo; (espécie de orgasmo desejado pelas multidões que apedrejam pelo modelo de liberdade) transportado para o templo das mercadorias nos dias de hoje. Tudo para compreender como se comportam imperiosamente as massas na internet. Abarcar a busca primitiva de livre-arbítrio instintivo diante da reação das autoridades procurando eficácia em demonstrar poder sobre tais expressões, sendo aqui “internet” a multidão individualizada.

“Sex mature” é o tópico de alívio quando descreve o direito pleno do adulto em sua capacidade interpretativa, sua maturidade para discernir imagens e empregar um instrumento disponível para reencontrar a natureza primitiva ainda que dentro de seus excessos e diferenças étnicas. Só que em inglês diante de nossa sociedade imatura, afeitas a ingenuidades de TV. Mentalidades enfraquecidas e distantes da fortaleza dos princípios literários.

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* O título em inglês serve para criar certa aparência de modernidade, podia ser “cheeseburger”. Sem estrangeirismo nossos editores não consideram o texto atualizado.