Um lixão a céu aberto chamado Brasil.

Houve e há com razão muitas vozes que elogiaram e elogiam o período negro da ditadura.

Mas me pergunto, negro até onde? Até onde poderíamos chamar de negro um tempo em que na fresquinha da noite podíamos caminhar ao lado das avenidas, conversando, ou nas praças com nossos amigos falar da vida tranqüila? Onde existiam sim as metralhadoras, mas nas mãos das forças de segurança, que vez ou outra prendiam um subversivo comunista. Podemos hoje ver em algumas destas palavras uma grande piada, mas uma coisa é certa havia sim a dita segurança, pela força era respeitada a polícia, porque as atitudes na segurança eram outras.

Dormia-se com as janelas abertas, viam-se amiúde residências sem muros altos, e apenas baixos gradis protegiam o patrimônio, e raras eram às vezes em que era subtraído algum bem alheio.

Tem-se saudade daquele tempo? Sinceramente, algumas coisas e atitudes poderiam prevalecer hoje em dia sim.

Eu passearia na rua a noite sem medo de ser assaltado, poderia até dormir em algum banco de praça sem ser queimado com álcool e fogo, poderia olhar a linha do horizonte sem medo de nada, cabeça e auto-estima levantadas, sem palavras estancadas na garganta, e nem lágrimas a apertar o coração.

Infelizmente é o preço que se paga pela liberdade, é isto que vemos no nosso dia a dia, a paga pela liberdade requerida e tão mal usada.

Havia tudo que a hoje no tempo da ditadura militar, mas em mãos trocadas.

O mesmo matraquear das metralhadoras, mas em mãos bandidas, as liberdades que supostamente não tínhamos, hoje têm, mas não só para os homens de bem, abriu-se uma enorme ladeira livre de pedágio para o crime organizado, para o trafico de entorpecentes, as leis são brandas para quem assalta bancos, comete crimes no transito, contrabandeia mercadorias, estupram e matam nas periferias e nos grandes centros com a conivência da autoridade e a benção dos bandos armados que montam poder paralelo na mesma sociedade em que o poder militar tinha exclusiva autoridade num tempo em que éramos felizes e não nos demos conta.

Não foi nem uma e nem duas vezes que ouvi dizer que,  o presidente da republica fecharia o congresso nacional por terem apurado falcatruas, roubo de dinheiro publico, e subtraído a fé de quem neles votaram isto senhores era decência.

Os mesmos que no submundo da militância armada, combatiam um surreal governo fascista, hoje nos brindam com suas vozes, atos e imagens na TV, candidatos a presidência. Se tiverem a oportunidade, leiam sobre a vida de alguns candidatos de hoje, os tempos são outros, vejo mais o povo se acovardar cobertos de bolsa isso, bolsa aquilo, pensando bem mais em seus estômagos cheios, do que na felicidade digna e honrada de aguém que manda em seus destinos.

Sou apolítico, votem os senhores em quem preferirem, não é esta a intenção deste humilde artigo.

Apenas a quem não viveu um vislumbre de felicidade, é dirigido este.

É um preço demasiado caro, para se ter uma democracia, é covardia estatal ter que trabalhar 4 meses por ano para pagar impostos, é humilhante erguermos os gradis de nossa casa a 3 metros de altura para darmos liberdade para os traficantes, assaltantes e drogados.

Aquilo que tínhamos nas praças nas fresquinhas da noite, no deitar sossegado nos gramados publica para vermos as estrelas, aquilo sim era vida que valia a pena viver. Os tempos de agora cheiram a podre de um país que putrefato prefere o lodo democratico e livre que a austeridade da felicidade do cidadão.

Quem acredita muito como eu na minha pátria não quer acreditar em convulsão social, mas...

Malgaxe

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 19/08/2010
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