ANALISE MERCADOLOGICA DO FILME “ROBÔS”

Dos criadores de era no gelo ROBÔS é um filme que retrata em linhas infantis o mercado atual no mundo; consumo desenfreado que descarta tudo que aparentemente não tem uso “fora de moda”. Não consumir o que está em destaque torna-se o mesmo que estar fora da sociedade é um retrato da grande desolação que se encontram velhos, deficientes... É o totalitarismo dos padrões de beleza que aceitam “cibernéticos” e excluem qualquer forma “humana”.

(direção de Chris Wedge e Carlos Saldanha).

O Filme.

Cada vez mais o cinema deixa de ser apenas entretenimento e passa a relatar fatos reais de nosso cotidiano, são consumidos cada vez mais, considerando tudo o que ele atinge (indústria, produtos entre outros). Trazendo talvez com este tema que rege o enredo do filme o questionamento da volta dos valores e verdades que nós estamos esquecendo.

O cinema tornou-se uma nova forma de educar, porém nem sempre legitima as ações tendo em alguns casos deturpações. Dessa forma a escola não é a instancia única em que se aprende

Em várias sociedades, incluindo a brasileira, o cinema passou a ser, desde as primeiras décadas do século XX, uma das formas culturais mais significativas. Surgindo como uma modalidade moderna de prazer, rapidamente conquistou adeptos, provocando novas práticas e novos ritos urbanos. Em pouco tempo, o cinema transformou-se em uma instância educativa poderosa, na qual representações de gênero, sexuais, étnicas e de classe eram (e são) reiteradas, legitimadas ou marginalizadas (Louro, 2000).

Isto é tão presente que os filmes infantis são vistos não só por crianças, adolescentes e adultos se dividem nessas diferentes identidades.

De acordo com a sinopse do filme facilmente dizemos que é uma historia comum de um herói que luta para o bem estar dos outros, mas a historia nos proporciona um rico conteúdo para as crianças, as cores vibrantes, ação, magia.

Em alguns momentos é possível identificar nas ações dos personagens atitudes reais vistas na cultura atual, até o fato de comemorar o aniversário, comprar roupas novas para a comemoração. Um fato bem representado é também a questão daquelas famílias menos favorecida, que na ausência de condições para uma festa ou um presente reaproveita utensílios de outras ocasiões.

Até mesmos na forma física dos ROBÔS identificamos diferenças entre os “corpos” aqueles que detêm melhores condições são beneficiados por melhores peças, tem corpos mais robustos, se acentuamos uma discussão para a estética é possível verificar o quanto estamos nos alicerçando em bases fúteis e vendáveis, como cabelos lisos, corpos esculturais. A busca pelo BELO, tudo fruto da demonstração dada pela mídia.

Isso causa uma enorme preocupação no futuro, pois estamos entrando em um ciclo vicioso em que hoje existe um padrão e amanhã migramos a outro visto que até em cirurgias estão nos oferecendo à possibilidade de consorcio de beleza podendo remodelar as “peças” fora dos padrões. Isto pode ser mais bem visto na fala dos personagens.

"Se um robô é feito de peças novas, velhas ou sobressalentes, pode brilhar. Não importa do que é feito!" A história continua e a empresa do Grande Soldador é tomada por Dom Aço, que juntamente com sua mãe Junta, são os "vilões" do filme. Ele reúne os empregados da empresa e apresenta a eles uma propaganda da empresa da época em que se usava o slogan acima e ironiza:

Dom Aço: Minha nossa. Que legado extraordinário. Preocupa-se com os robôs comuns. Esses velhos valores estão fora de moda. E por uma boa razão. Não há dinheiro envolvido. Alô! Recado ao Grande Soldador: Nós não fazemos caridade... Agora, vamos ao negócio para arrancar grana desses robôs idiotas. Qual o nosso item mais caro? Peças novas, gente. Peças novas. Isso é que dá dinheiro. Se dissermos aos robôs que não importa do que são feitos, que são ótimos. Como esperar que eles se sintam mal o bastante e comprar peças novas para melhorar o visual? Portanto, eu criei um novo slogan: "Porque ser você quando você pode ser novo?" Acho que é brilhante. (...) Sabe como chamo os robôs que não podem comprar peças novas? Sucata. Andam pelas ruas disformes e cobertos de ferrugem. Eles dão náuseas na gente. Dá vontade de ir para casa e se esfregar.

Nesta fala do personagem Dom aço é claro e legitimo todo o conceito que rege o capitalismo, maior disponibilidade de produtos (diversos). Como nos servimos dele e os mostramos a sociedade em que nos relacionamos e como nos sentimos emocionalmente no ato do consumo, prazer, alegria que alimentam nosso ego.

A comparação que vemos no filme é o que se reflete no cotidiano em que os robôs também estão, (divididos por classes), usam todo estereótipo visto atualmente, robôs de maletas como se fossem executivos outros representando vendedores de rua, lojas de departamentos organizadas limpas enquanto outras estão poluídas sem organização.

Tendo em vista toda evolução da historia no filme vemos o caminho em que segue o atual mercado consumidor, que impõe, rotula e exclui qualquer que seja a situação ou forma que não se enquadrem nos padrões estipulados pela mídia, portanto o consumo desordenado em que vivemos é relatado explicitamente neste filme no qual mostra que a historia aqui contada é o reflexo das ações do homem em um mercado em que o consumo desnecessário é crescente, essa critica feita em um filme infantil transmite essa realidade de forma minuciosa, porém em uma sociedade que não mede conseqüências é possível que as crianças sejam induzidas a ideais de consumo conforme mostra a obra.

Danilo Barros
Enviado por Danilo Barros em 18/08/2010
Código do texto: T2445406
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.