"2012" É Hoje
A velocidade com que os acontecimentos se desdobram nas mídias faz com que as pessoas tenham problemas mentais de concentração sobre o que é e o que não é importante para elas. Para a cidadania delas. As ocorrências políticas, jurídicas, policiais, esportivas, são jogadas na cara das pessoas da sala de jantar como se todas tivessem a mesma relevância, o mesmo peso, a mesma medida que nivela tudo e todas as coisas e ocorrências, horizontalizando-as numa mesma linha significativa de eventos. Como se tudo fosse virtual e produzido pelos factóides do dia.
Os jornais nacionais das tvs lançam na cara das pessoas da sala de jantar, com a mesma ênfase, a oferta diaria das notícias que se misturam entre si como se todas tivessem igual e equivalente influência sobre as mentalidades. Das pessoas e da sociedade.
A virtualização generalizada do inconsciente pessoal e coletivo, nacional e globalizado, induz os tvespectadores dos jornais e programas tvvisivos a um estado psicológico favorável ao desperdício da atenção pertinente ao que é ou não relevante para suas vidas, e à aceitação passiva dos acontecimentos como se todos fossem igualmente influentes. Não há ética em suas vidas.
A ética, segundo Wittgenstein, indaga sobre o significado apropriado, pertinente, dos fatos em suas vidas. Há fatos que influenciam mais, outros menos, essas vidas, e fazem com que mereçam ser vividas. Os resultados de jogos de futebol são inseridos na mente das pessoas da sala de jantar com muito mais ênfase da parte dos locutores de rádio e apresentadores de tv, do que outros, políticos, jurídicos, que influenciarão a rápido, curto, médio e a longo prazos essas mesmas vidas. As vidas das pessoas da sala de jantar.
Essas pessoas (da sala de jantar) tendem a se entusiasmar mais com os resultados dos jogos e competições esportivas (novelas e filmes), do que com fatos jurídicos e politicamente relevantes, que influenciam e influenciarão a longo prazo a vida institucional delas mesmas e de sua descendência. As leis fundamentais da sociedade política e jurídica, o complexo de eventos sociais integrados por ideias e padrões de comportamento, as relações sociais de interesse pessoal e coletivo são cada vez mais esnobadas pela postura verbal e a expressão de locutores e apresentadores da tv e da Internet.
A distinção e a ênfase vai para as notícias que enfatizam o entretenimento como se esse fosse a coluna vertebral, a espinha dorsal, o tronco que ligasse a cabeça e os membros do corpo social às “emoções” de um resultado de jogo de futebol de praia. Ou de uma competição entre pilotos de automóveis, ou jogadores de vôlei.
Enquanto isso, grupos fascistas de dominação das instituições, sabendo do descaso das mídias e da carência de formação educacional pertinente à defesa da cidadania, tiram proveito político e jurídico da situação de virtualização da mentalidade coletiva das pessoas da sala de jantar, para escravizá-las cada vez mais intensamente, submergindo a sociedade virtualizada a seus interesses cada vez mais intensamente inconfessáveis. E “irreversíveis”.
Hoje faz 115 dias que o grupo oligarca, fascista, chefiado pelo herdeiro das capitanias hereditárias do Maranhão, subverte os princípios da Constituição em proveito de seus interesses privados, frustrando a liberdade de expressão, garantia constitucional do ESTADO DE SÃO PAULO, usando para isso uma decisão judicial que proíbe esse Jornal de informar a sociedade sobre o que está acontecendo nos bastidores da operação Facktor (ex-Boi Barrica), em que o filhinho de papai Sarney, filho do presidente da Casa Grande Senado, acredita que o país existe para ele brincar de corrupção impunemente, por trás dos bastidores de atos secretos de interesse privado.
Tal pai, tal filho. Ele também quer sair impune, e ter em seu favor um grupo que o descriminalize de suas falcatruas, tal como aconteceu com o patriarca das capitanias hereditárias do Maranhão, na ocasião nefasta em que o “Conselho de Etitica” da Casa Grande Senado livrou a cara do oligarca chefe das punições (crimes de responsabilidade) em decorrência da atuação do mesmo na gerência administrativa dos “atos secretos” de corrupção e nepotismo.
É como se o país existisse para ser “bucaneirizado” passivamente por esses piratas institucionais, descendentes das capitanias hereditárias do Maranhão. Impunemente. E os brasileiros brasileiros fossem instados à aceitação calada, envergonhada, dessa ascendência jurídica e política nefasta. Abdicando, todos, da afirmação elementar de cidadania.
Todas as honrarias, direitos e privilégios à oligarquia das capitanias hereditárias do Maranhão. O resto do país ficaria com o encargo de calar, e renunciar ao direito à vigência das leis e princípios constitucionais. É isso que sugere esse filhinho de papai. E a Turma Civil do Didi do TJ-DF absurdamente a serviço dos interesses supostamente hereditários da oligarquia desse coronelão.
O respeito às normas do direito e aos juízos morais, que expressam os sentimentos e as emoções provenientes do orgulho de ser brasileiro brasileiro, devem ser subvertidos aos interesses privados desse grupo fascista que trabalha unicamente em proveito próprio? E nega o provimento jurídico e político de milhões de pessoas impedidas de ser informadas conforme os preceitos e as normas constitucionais. Não é um pouco demais tanta pretensão à afirmação de nepotismo e tirania?
Esses oligarcas perderam completamente a noção holística dos direitos e deveres para com a sociedade. É com o se a sociedade jurídica e política só tivesse obrigações para com eles. E tivesse de aceitar a autoridade deles e a ingerência de seus interesses como se todos fossem legítimos. Não há clareza conceitual nem rigor argumentativo legal em suas ações e pretensões. Há apenas a disposição de ridicularizar o país, suas leis, sua Constituição, em nome de seus interesses. Os mais escusos.
O que essa oligarquia está querendo há 115 dias? Está querendo dizer que o Legislativo está podre. O Judiciário está contaminado. O Executivo pervertido. E que ela, oligarquia dos descendentes das capitanias hereditárias do Maranhão, está liberada (por quem? Pelos Podres Poderes?) para tirar o máximo proveito possível dessas instituições que estão agonizando perante a sociedade brasileira e globalizada, mostrando ainda como podem ser poderosos os remanescentes do nepotismo e da corrupção das capitanias hereditárias da Corte portuguesa.
E a Corte do Palácio do Planalto está fazendo todas as mesuras possíveis àqueles que deveria combater como se fossem vírus. Essa virose amaldiçoada da corrupção política orgânica disseminada pela incestuosidade de interesses privados os mais degenerados.
Mas o presidente analfabeto da República da oligarquia joga confetes e serpentinas para todos os lados. Como se suas falas não fossem claramente assoberbadas da mesma intenção amaldiçoada que faz com que o país tenha uma educação do faz-de-conta que eu ensino. Faça-de-conta que aprende. Um ensino e um aprendizado para a disseminação da prostituição, do tráfico de entorpecentes, da aceitação passiva da virtualização impune das mentalidades das pessoas da sala de jantar pelos apresentadores dos jornais nacionais da tv.
A pátria das chuteiras é mais importante do que a pátria dos direitos civis. A pátria dos ronaldinhos é mais pertinente do que a pátria da cidadania. A pátria globalizada do entretenimento é mais considerada do que a pátria da lei constitucional.
Enquanto na sala de jantar as pessoas são motivadas ao fanatismo de torcedores. E à adaptação à vassalagem política e jurídica. E a pior de todas as vassalagens (aquela que nunca é revelada): o pagamento do tributo emocional às notícias globalizadas pela intenção incestuosa de submetê-las todos os dias mais um pouco (como se isso ainda fosse possível) à saturação noticiosa de seus corações e de suas mentes talvez já “irreversivelmente” virtualizadas.
E a violência, a criminalidade e a impunidade se multiplicando "como nunca na história desse país". 2012 foi ontem. É hoje.