NOSSA CONDUÇÃO VAI ATOLAR? - Autoritarismo e acovardamento ressentido

Esta abordagem pretende levar à reflexão às pessoas sobre qualquer forma de autoritarismo.

Via de regra os grupos sociais, como vivemos alertando, se formam conforme suas peculiaridades, que contribuem para sua formação.

Assim pessoas inseguras, submissas, sem coragem de lutar por suas idéias, temendo ser criticadas e prejudicadas, acabam servindo para despejo da agressividade e autoritarismo de outras pessoas inseguras, que acreditam que a dominação os intimida.

O maior problema é que ambas são inseguras, escondem suas ações, camuflando-as, mas no íntimo, percebem suas incapacidades de tal maneira, que o dominado curte uma vontade imensa de se rebelar e o dominador de achar o seu ponto de equilíbrio. Mas este, temendo ser agredido, subjugado, agride; aquele se acostuma a conviver com a agressão, pois precisa ter um mínimo para sua sobrevivência, apesar de conter a todo instante sua insatisfação.

O final desta comédia bufa já é esperado e vem acontecendo ao longo dos séculos: afastado da posição de compartilhamento, submisso, encolhido, o submisso busca pessoas que estão na mesma situação, formam uma frente e sem medir consequências, voilá, parte para a barbárie, para a guilhotina, para o desespero, não tendo a mínima competência para o diálogo.

Quando solitário, procura agir ocultando seus atos, que passam a serem agressivos, vândalos ou sabotadores.

Este intróito abre as portas para o entendimento de certos domínios políticos, militaristas, religiosos com imensa rigidez, com os inseguros movendo a batuta do poder, leia-se insegurança, partindo para gestos de extrema contenção, como a mídia relata diuturnamente.

São apedrejamentos em nome de uma divindade, que se pregasse esta atitude, estaria mais para o criminal, que para o sacro; são ditadores que humilham, matam, destituem de bens, revelando o seu extremo medo de ser destituídos e se antecipam intimidando.

São administradores de pessoal, que desdenham o sacrifício imposto pelos seus comandados em cumprir a rotina de trabalho, criam departamentos de rebaixamento da dignidade humana, levando as pessoas a se tornarem objeto de coação e desmoralização junto a seus pares.

Entrando em terrenos onde a fé impõe regras descabidas, cada leitor deve estar se perguntando: o que se passa nestas verdadeiras tiranias? E soma-se uma nova pergunta: Porque são aceitas tais barbáries?

A resposta mais precisa surge a olhos vistos: A ignorância é a principal causa de uma aceitação destas regras, associada a um castigo eminente imposto pela força mantenedora desta dominação, com falsas promessas de redenção perante seu salvador, mesmo que implique na própria destruição do que deseja ser salvo, idolatrado.

Todo ser humano tem um instintivo sentimento de espiritualidade, isto é, sentindo-se fraco, capaz de cometer erros, precisa crer numa força que exige sua proximidade com a perfeição. Isto tem sido uma situação de evitação à fuga aos padrões sociais aceitáveis e até, em muitos casos, geradores de progresso artístico, científico e cultural.

Quem tem a real visão de ser apenas um animal mais racional, algumas vezes com uma busca razoável do caminho da realização, sabe que está mais propenso a cometer falhas, que só servem para direcioná-lo cada vez mais para o acerto.

Esta idéia assertiva lhe tira dos ombros o medo de falhar e de ferir à sua crença de perfeito ser racional. Converte este comportamento numa Capacidade de Realização (CR), que pode ser invejável

O grau de competência de acertos, portanto, está subjugado à não imposição como única forma de acertar, mas ao conseguir êxito após várias correções de direção no caminho inicial.

Se tivermos esta consciência, saberemos dialogar, impedir que nos agridam e mostrar serenidade.

Numa evolução da humanidade, contudo, não se pode esquecer da disseminação do conhecimento, senão os descontentes podem reagir a esta falha, levando a uma fenda na evolução, como tem acontecido ao longo da existência humana: curvas de ascensão do desenvolvimento, seguidas de grande vale, onde praticamente todo o benefício se torna incapaz, a fome grassa e a infelicidade pelo gesto imaturo é o que resta.

Pensemos nisto.

É hora de pararmos com regras destruidoras, coercitivas, ou nossa condução vai atolar!

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