NÃO HÁ LIBERDADE DE ESCOLHA NA PROPAGANDA
A propaganda feita de forma indutiva (como muitas têm sido feitas) fere a liberdade de escolha e de consciência porque:
a) Sob efeito psicológico, apresenta o produto como única e infalível alternativa para a necessidade específica do consumidor (não apenas como alternativa melhor ou mais acessível), mesmo quando há propaganda de produto similar. Exemplo: as propagandas da Coca Cola.
b) Apresenta o produto (ou seu efeito) como solução para a satisfação geral das necessidades e anseios do expectador.
Exemplo, propagandas Axe e cervejas em geral.
c) Aguça no expectador a necessidade de possuir o produto necessário que ele não pode possuir, bem como produz necessidade de possuir o que não precisa e igualmente não pode possuir.
d) Intencionalmente, produz constrangimento ao insinuar que não possuindo ou consumindo o produto, bem como não pensando ou agindo conforme determinada tendência, o expectador está fora do lugar comum, é ultrapassado, inadequado, cafona, preconceituoso, não atraente, não agradável, desprovido de inteligência e coisas do gênero. Exemplo, propaganda censurada da Havaianas onde uma “respeitosa” senhora CENSURA a neta por pensar em sexo como algo somente para o casamento.
A propaganda indutiva é também enganosa porque:
A) Embora não diga com palavras objetivas, mas de forma subjetiva e através de imagens e contextualização das cenas e falas:
B) Produz convicção consciente e inconsciente de que não existe alternativa além daquele produto.
C) Produz convicção consciente e inconsciente de que o produto é infalível.
D) Produz igual convicção de que os problemas de atração, persuasão, timidez, relacionamento, insucesso profissional, etc., do indivíduo serão resolvidos.
A propaganda comercial honesta não deveria jamais:
1. Produzir constrangimento e tampouco motivar os indivíduos ao que quer que seja.
2. Dar a entender nada, mas explanar somente as virtudes que realmente o produto possui de forma objetiva, sem interpretações.
3. Deixar o expectador livre para julgar se o produto é bom, lhe interessa ou não.
3. Determinar conceitos como virtude, moral e ética, tampouco relativizar certo e o errado.
Wilson do Amaral