As contradições na era da comunicação
A comunicação globalizada, munida da intenção principal de interligar pessoas de diversas partes do mundo, através do acesso fácil às informações real time da TV e da Web, da telefonia fixa ou móvel no envio de mensagens pessoais, e da tentativa de otimização e facilitação na prestação dos serviços, tem, em conseqüência, uma contradição nítida, que é a de deixar o homem de hoje, cada vez mais distante do contato interpessoal e da troca de sentimentos palpáveis com os membros de seu convívio social.
Convém observar, que a maioria das informações que precisamos em primeira mão, estão a um clique dado no controle remoto da TV, no entanto, em função da necessidade mercadológica inserida nos programas, estas informações pecam pela falta de um conteúdo investigativo mais amplo, e pela falta de tomada de decisão por parte das emissoras, em criarem programas sociais e educativos para a prevenção ou erradicação dos acontecimentos nefastos que noticiam.
Também é possível obter informações rápidas através de uma simples palavra chave digitada nos sites de busca da internet, e, do mesmo modo, são informações incompletas ou fracas, diante da necessidade que temos em transformar a informação em conteúdo educativo.
Convém lembrar, que educação se constrói em campos acadêmicos, onde podemos discutir nossos pontos de vista e chegar ao entendimento concreto sobre o assunto em questão. De que adianta tanta tecnologia, se os órgãos da administração pública pouco fazem para resolver o problema da burocracia no país?
Segundo a Unctad- Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento- no final de 2005 já havia cerca de 2,1 bilhões de usuários de telefonia móvel no mundo, então, estatisticamente, mais de um terço da população mundial já utiliza celulares. Existe, concretamente, uma utilidade muito grande em toda tecnologia de comunicação de massa, e de envio de dados, de forma rápida e segura, o que contribui para a democratização e para o crescimento econômico das nações, trazendo comodidade e bem estar às pessoas. No entanto, mais uma vez, temos que tomar cuidado com a manipulação mercadológica que surge com as novidades, que crescem aos olhos, mas esvaziam os bolsos das pessoas no mundo inteiro.
Este comportamento está ligado ao domínio do marketing sobre as vontades de algumas pessoas, à falta de confiança na gestão da segurança pública, que não consegue gerar um ambiente estável e sem medo nas grandes cidades, e também, por um fator psicológico de introspecção, diante da competitividade exacerbada que assola as relações humanas nos dias de hoje.
A Televisão isolou pessoas dentro de suas próprias casas, e as visitas costumeiras a amigos e familiares se tornaram cada vez mais escassas; a aceitação pura e simples dos conteúdos da mídia têm tirado o poder da palavra falada, cara a cara, como forma de entendimento da realidade dos fatos, entre as pessoas do mundo inteiro; e a telefonia impessoal fixa, e a surreal móvel, limitada a poucas palavras faladas ou escritas numa mensagem de texto, com certeza estão deixando o homem cada vez mais só, introspectivo, e carente das relações pessoais que propiciam crescimento espiritual, aquisição de coragem, e construção e manutenção de sentimentos de amor e de troca de experiências com as pessoas do seu convívio social.