O Futuro da Selva
Conseguem imaginar? Não, não falo da mata, onde dezenas de espécies de animais correm risco de extinção. Poderia, mas não estou falando disso. Falo da selva na escola. Claro que não pretendo me referir exclusivamente à escola, e sim à jovens estúpidos em geral; e a maior concentração conhecida desses seres é na escola.
Não vou construir um texto na esperança de que algum animal mude. Não, já desisti disso. Se sei que um texto sobre como devemos preservar o ambiente é inútil, sei que um sobre como devemos modificar o cotidiano escolar também é inútil.
Não vou dar sermão à adolescentes ou dicas aos pais. Vou simplesmente expor o que tenho em mente.
Como tudo no mundo, as pessoas evoluem. Não necessariamente de forma boa; às vezes, evoluímos um problema. O mesmo acontece com crianças e adolescentes em suas vidas escolares.
Sempre existiram problemas. Mas, se não sumissem, ao menos não pioravam. Isso mudou. Há anos o respeito dos jovens — por outros e por eles mesmos — declina, descendo cada vez mais. Mas isso não é novidade alguma.
Só quero, agora, mostrar o que minha imaginação me pergunta: como será o futuro dessa selva escolar e infantil, se o respeito continuar caindo?
Digo-lhes o que será: chegará um momento em que o respeito desaparecerá por completo, e então, meus amigos, tudo virará um caos. Não é só ao respeito pelo professor a que me refiro, ou ao respeito pelo próprio intelecto; é o respeito pela vida. Pelo ser humano. E se — ou quando — esse respeito acabar, o que impedirá a humilhação? Ou a denegrição, os estereótipos, a violência? O que impedirá o assassinato?
Nada. E eu acredito que essa tenebrosa falta de consciência não demorará a ser freqüente; não serão os adolescentes, serão os jovens adultos. E então serão os homens, e os senhores.
E eu, sinceramente, espero não estar mais aqui quando tudo isso acontecer.