NOSSAS ILUSÕES
Quanto mais o tempo passa convenço-me que vivemos uma grande e bela ilusão.
Nos iludimos com o amor, os amigos, filhos, parceiras, com a vida.
Somos felizes com nossas “viagens diárias”. Todos os dias filosofamos um pouco, levamos aquele “papo cabeça” com alguém e mais felizes ficamos. Sentimo-nos afortunados pela sintonia aqui, ali, acolá.
Lembramos das virtudes dos nossos antepassados, nossas bandeiras são as mesmas: honra, respeito, educação, valores morais e éticos, parecemos perfeitos.
Aqueles que mais amamos nos vêem como grandes chatos porque a sedução das “mídias”, o prazer irresponsável, sem compromisso, imediato – esse sim – está em alta.
Não se pensa, não se fala em futuro. Distorcidamente vivem o “hoje” movidos a destilados, carros financiados a perder de vista, cerveja, churrasco, claro que com muito dinheiro, todo o dinheiro que se ganha e mais o que se pode pegar emprestado a “modestos” juros de 15% ao mês.
Valores! Que bobagem! Futuro...a Deus pertence. Quanta ilusão! Quanto distanciamento da realidade.
Neste ponto o paradoxo. Os mais velhos – os chatos - e seus valores que não se adquirem com dinheiro mas sim com as convicções oriundas das boas lições herdadas e fé na vida espiritual, o que os leva a humanizar-se e virarem filósofos, sonhadores por um mundo melhor. A nova geração elegendo seus deuses àqueles que tem carro mais bonito, bela casa na praia, influencia – ainda que suja – nas políticas. Deuses que sorriem mais porque se identificam com
aquela propaganda de cigarro, ou aquela novela que determina
comportamentos ou ainda a música que conclama todos a simplesmente - para serem diferentes - transgredirem.