FILHOS: Tê-los ou não tê-los?
Todas as espécies vivas estão sob a ditadura da obrigatoriedade da procriação, de levar consigo o peso da prole e também, claro, o prazer.
O ser humano é absolutamente original e privilegiado nesse aspecto. Mas me parece que não gosta muito de desfrutar de tal originalidade e privilégio. Finge e age o tempo todo como se não pudesse decidir sobre tal; se não pudesse – depois de criteriosa e apurada reflexão – decidir livremente se quer ou não estar diante de tão grande e complicada tarefa: aquela de ser pai ou mãe. É claro que aqui nesse artigo, descarto completamente os percursos biológicos para aí se chegar...
Tenho 46 anos, vivo em união estável com uma mulher maravilhosa e decidimos, juntos, não pagar o preço assaz alto de deixar o legado de nossa miséria, parafraseando o tão sábio escritor brasileiro Machado de Assis. Se posso fazer essa escolha, se posso desfrutar desse privilégio, por que não fazê-lo?