PRECISAMOS VALORIZAR NOSSA ORIGINALIDADE!

Pode se dizer que Passos-MG, é uma cidade muito, muito, mas muito exótica mesmo! É que ela está situada numa ilha de diversas fronteiras, em primeiro lugar a cidade está numa fronteira climática. Sempre que na televisão aparecem mapas apresentando váriações climáticas, estamos constantemente em cima daquela linha que separa uma tendência de outra. Estamos numa fronteira cultural; somos um marco divisório entre as culturas do oeste e norte de minas e a cultura da Mogiana. Pode até se dizer que estamos numa fronteira regional. Pois não sabemos direito se ainda estamos no Sul de Minas ou se já estamos no polêmico Sudoeste Mineiro.

O sotaque do Passense não é o mesmo das pessoas que habitam a visinha Piunhy; aqui falamos o "r" Mogiano, tipo "Taquara rachada" e lá se fala o "r" arrastado tipo norte mineiro.

São Sebastião do Paraiso, por exemplo, ganhou uma forte coloração italiana. Lá chove nomes italianos nas denominações de logradouro. Familias italianas então nem se fala. Aquí um Bícego, alí um Mambrini, acolá um Mumic e assim por diante.

Aqui em Passos também se faz sentir a presença italiana. Temos as famílias Baldini, Piantino, Valetas e Clementonis, e agora, muito mais tardiamente: os Baldonis, os Sulmonetis, e outros tantos mais.Não há porém comparação numérica com os Portucalíssimos: Maias, Melos, Lemos, Pereiras, Barbosas, Silveiras, Nogueiras.

Nosso denso manancial afrobrasileiro não produziu aquela culinária tipica; com seus sarapateis. Alguem pode me interpelar indignado; alto lá cara pálida. E os panelões de feijoada que em toda temporada fria povoam as nossas cozinhas? A feijoada hoje meu amigo é comida internacional, está em todo pais sul americano. O angu sim, sempre esteve presente em nossa culinária, geralmente só,ou às vezes acompanhado do quiabo e da galinha. Nas festas natalinas, apenas como pano de fundo, aparecem os Ternos de Congos, de Moçambiques. Os candomblés aqui são bastante frequêntes, terreiros de macumbas existem muitos.